Poder e Governo
Datafolha: apenas 8% querem apoio de Bolsonaro a Flávio; Michelle lidera preferência
Senador lança pré-campanha, mas pesquisa revela estagnação e divisão na direita
A nova rodada do Datafolha, divulgada neste sábado sobre a sucessão presidencial de 2026, evidencia a fragmentação da direita e o desafio da família Bolsonaro para reorganizar seu espaço político após a inelegibilidade do ex-presidente. No levantamento, apenas 8% dos eleitores consideram Flávio Bolsonaro (PL-RJ) o nome ideal para receber a indicação do pai — percentual bem inferior ao de Michelle Bolsonaro, citada por 22%, e ao do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lembrado por 20% dos entrevistados. Os dados foram colhidos antes do anúncio de Flávio, na sexta-feira (5), de que disputará a Presidência.
O cenário mostra estabilidade em relação à pesquisa anterior. Em julho, Michelle tinha 23% das menções e agora aparece com 22%, diferença dentro da margem de erro. Tarcísio oscilou de 21% para 20%. Ratinho Jr. (PSD-PR) subiu de 10% para 12%, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive no exterior, caiu de 11% para 9%. Flávio, por sua vez, variou de 9% para 8%. Também se mantiveram próximos dos índices anteriores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 6%, e Romeu Zema (Novo-MG), que recuou de 5% para 4%.
O levantamento confirma que o selo Bolsonaro perdeu força como ativo eleitoral. Segundo o Datafolha, 50% dos eleitores afirmam que jamais votariam em um candidato indicado pelo ex-presidente. Outros 26% dizem que certamente apoiariam um nome apoiado por ele, e 21% consideram essa possibilidade. A rejeição majoritária explica a dificuldade em construir consenso na direita, enquanto a esquerda permanece concentrada na figura do presidente Lula (PT).
A pesquisa espontânea também revela o peso residual de Bolsonaro: mesmo inelegível até 2060, por condenação a 27 anos e 3 meses no processo sobre tentativa de golpe, ele aparece com 7% das citações para a Presidência, atrás apenas de Lula, que lidera com 24%. Tarcísio (2%) e Ratinho Jr. (1%) completam o grupo mais lembrado.
Entre os eleitores identificados pelo instituto como núcleo duro do bolsonarismo — perfil majoritariamente masculino, branco, mais evangélico e de renda média a alta —, Michelle é ainda mais forte: 35% a apontam como sucessora natural, enquanto 30% preferem Tarcísio. Eduardo Bolsonaro tem 14%, e Flávio soma apenas 9%, mesmo após sua movimentação para assumir a liderança do grupo político do pai.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 pessoas, em entrevistas presenciais, realizadas entre 2 e 4 de dezembro, em 147 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95% — o que significa que, se o levantamento fosse repetido diversas vezes, os resultados tenderiam a se repetir em 95% das ocasiões dentro da variação prevista.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2CORRIDA ESPACIAL
Rússia avança em nova fase da corrida espacial e preocupa Ocidente, aponta mídia internacional
-
3LUTO NA CULTURA
Tony Germano, ator e dublador, morre aos 55 anos após acidente doméstico
-
4ANÁLISE INTERNACIONAL
BRICS se consolida em meio à instabilidade global, aponta especialista
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado