Após receber o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste sábado (6) que iniciará as negociações em prol de sua candidatura à Presidência da República. Ele também pediu que “todas as lideranças anti-Lula” se mobilizem para aprovar a anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado.

“Tomada a decisão ontem, hoje começo as negociações! O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano! Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita”, escreveu em seu perfil no X.

Com esse movimento, o ex-presidente Bolsonaro passa a centralizar, mesmo preso, o projeto político para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), frustrando partidos do Centrão que defendem uma união em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio, por sua vez, ainda não se manifestou sobre a decisão do ex-presidente.

Nesta semana, Flávio conversou com o pai, que está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Segundo relatos, Bolsonaro orientou o filho a se comportar como candidato: viajar pelo país, intensificar embates com Lula e organizar palanques estaduais — tarefas consideradas essenciais por aliados para manter o capital político da família em 2026.

“Flávio me disse que o nosso capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Apesar do anúncio, há aliados que avaliam, de forma reservada, que a candidatura de Flávio Bolsonaro “não une” a direita. Para interlocutores de Tarcísio ouvidos pelo GLOBO, a candidatura pode ser apenas um teste para manter o nome da família Bolsonaro em evidência, sem representar uma decisão definitiva.