O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta quarta-feira (12) que a definição do candidato da direita à Presidência da República deve ocorrer apenas no início do próximo ano. Ao participar de um evento do setor financeiro, Tarcísio destacou a ansiedade do mercado em relação ao cenário eleitoral e sugeriu mais cautela.

— Eu acredito que a gente vai saber no início do ano que vem quem será o candidato. O que eu falei essa semana é que não há motivo para ansiedade, precisamos de um pouco de calma. O mercado é muito ansioso, gosta de precificar tudo rapidamente, mas as coisas ainda oscilam bastante — afirmou o governador.

Apontado como principal nome da direita para a disputa, Tarcísio também salientou o papel de Jair Bolsonaro, atualmente preso por decisão do STF, na articulação do campo conservador. Segundo ele, Bolsonaro é a "grande liderança" da direita e terá papel relevante na escolha do candidato.

— Temos alguns atores e situações a organizar. A grande liderança da direita passa por um processo de isolamento, um momento complicado. Precisamos apoiar essa liderança, que é o presidente Bolsonaro, que terá papel relevante nessa montagem. Mas tenho certeza de que, com pessoas preparadas, boas propostas e um projeto consistente, vamos conseguir organizar esse time. O que o Brasil precisa, ao fim e ao cabo, é de um projeto — disse Tarcísio.

O governador avaliou ainda que, caso o PT vença as eleições de 2025, será necessário promover reformas profundas para evitar que o país "quebre". Ele ponderou, porém, que o partido teria dificuldades em propor as mudanças necessárias, pois isso poderia impactar sua base eleitoral.

Tarcísio defendeu uma agenda econômica baseada em medidas semelhantes às adotadas por Paulo Guedes, ex-ministro da Economia no governo Bolsonaro.

— O Paulo Guedes falava muito dos D's, e os D's são a chave do sucesso aqui: desregulamentação, digitalização, desvinculação, desindexação, desinvestimento — tudo começando com D. Quando você aplica essa série de D's, resolve o problema — afirmou.

Durante sua fala, Tarcísio também comentou sobre o Congresso Nacional, avaliando que a atual composição tem "caráter liberal" e é "absolutamente reformista, a fim de entregar ao Brasil um projeto interessante".

Ele ainda destacou que poucos presidentes conseguiram fazer do Congresso "sócio das realizações" e classificou o atual relacionamento entre o presidente Lula e o Legislativo como "essa confusão que nós temos hoje".