Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram um momento de tensão na noite desta terça-feira (data), ao discutirem com um padre após serem impedidos de entrar na Igreja São Francisco de Paula, no Centro de Curitiba, para uma vigília de oração em apoio ao ex-presidente. A decisão de barrar o grupo atendeu à orientação do Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que horas antes havia proibido manifestações de cunho político em templos católicos da região.

Diante do portão fechado, os bolsonaristas permaneceram do lado de fora da paróquia, rezando em protesto contra a prisão de Bolsonaro, acusado de envolvimento em uma trama golpista. A mobilização foi articulada pela prefeita Cristina Graeml (União), que divulgou imagens do grupo em oração diante das grades da igreja.

Ao serem impedidos de acessar o templo, parte dos apoiadores reagiu com críticas à decisão. “Agora não bastam mortes na Nigéria, de matar cristão, agora o cristão não pode entrar na igreja?”, questionou uma mulher. Outra manifestante afirmou: “Ele não precisa cumprir a ordem. A igreja tem que estar aberta. Eu quero rezar, e daí?”, em referência à determinação do arcebispo.

Em vídeo registrado no local, um dos apoiadores, mais exaltado, chegou a dizer que o padre “prova que não tem vergonha”. O religioso, por sua vez, entrou na igreja e deixou o grupo do lado de fora, atrás das grades.

Em outro trecho da gravação, uma mulher vestida de verde e amarelo utilizou um megafone para informar que a ordem de não permitir a oração dentro da igreja partiu do arcebispo. “É uma tristeza imensa para nós, católicos. Desculpem, me dá até vontade de chorar”, declarou, emocionada.

Nos últimos dias, a prefeita Cristina Graeml convocou seguidores para se reunirem na Igreja São Francisco de Paula, com o objetivo de rezar pela saúde de Bolsonaro e pedir anistia aos acusados na trama golpista, a quem chamou de “presos e exilados políticos”. A mobilização chegou ao conhecimento do arcebispo, que, segundo a imprensa paranaense, “ficou bastante irritado ao voltar de viagem e ver que a vigília estava sendo articulada na sua ausência”.