O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou nesta segunda-feira, 24, concordar com a decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Leite, a tentativa de queimar a tornozeleira eletrônica justifica a medida adotada pelo ministro Alexandre de Moraes e referendada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Do ponto de vista técnico-jurídico, parece que a tentativa de violação da tornozeleira justifica a prisão. Agora, do ponto de vista político-institucional do país, eu não posso deixar de lamentar mais uma vez que a gente viva um momento como esse, fruto desse tensionamento, da polarização radicalizada — afirmou o governador durante evento do Grupo Voto, em São Paulo.

Leite buscou se posicionar como alternativa à polarização entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), estratégia que tem adotado desde sua filiação ao PSD. Internamente, ele disputa espaço com Ratinho Júnior, governador do Paraná, na corrida para ser candidato à presidência. Ratinho, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantém discurso alinhado ao bolsonarismo.

— Essa direita mais radicalizada, capitaneada por Bolsonaro, nunca trabalhou na lógica de construir realmente esse Estado mais leve, mais enxuto e de maior prosperidade para quem empreende. Simplesmente trabalhou para tentar destruir o adversário. Eu espero que a gente possa, a partir dos próximos meses, caminhar por um caminho que nos leve a uma candidatura que permita a construção de um país diferente.

Apesar disso, Leite não descartou apoiar Tarcísio ou Ratinho, dependendo das articulações políticas, e considerou natural haver divergências sobre a situação de Bolsonaro. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, é entusiasta da candidatura de Tarcísio, de quem é secretário estadual de Governo.