Poder e Governo

Lula defende aprovação de projeto antifacção após criticar operação no Rio

Mais cedo, presidente classificou ação policial que deixou 121 mortos como 'matança'

Agência O Globo - 04/11/2025
Lula defende aprovação de projeto antifacção após criticar operação no Rio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Reprodução

Após classificar como "matança" a operação policial que resultou em 121 mortos no Rio de Janeiro na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira, em suas redes sociais, a aprovação do projeto de lei antifacção encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional.

"O governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções", publicou Lula.

Na sequência, o presidente destacou ações de seu governo na área da segurança. Segundo Lula, desde 2023, as iniciativas federais já retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, o que representa "o maior prejuízo já imposto ao crime, enfraquecendo lideranças e redes financeiras". "O número de operações da Polícia Federal cresceu 80% desde 2022, saltando de 1.875 para 3.393 em 2024. Em 2025, já são 2.922 até outubro", acrescentou.

Lula também ressaltou que a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024, um recorde histórico. "A inteligência e a integração também avançaram. Em setembro, inauguramos em Manaus o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) — iniciativa inédita entre nove países da Pan-Amazônia e nove estados brasileiros, para combater tráfico, garimpo ilegal e crimes ambientais."

O presidente reforçou: "Para sustentar esses avanços, o governo enviou ao Congresso o PL antifacção, que endurece as penas e asfixia financeiramente as facções; e a PEC da Segurança Pública, que moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios. Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil."

Mais cedo, em Belém, Lula afirmou, em entrevista a correspondentes internacionais, que a megaoperação policial realizada no Rio foi uma "matança" e defendeu a abertura de investigação sobre o caso. Batizada de Contenção, a operação foi conduzida pelas polícias Militar e Civil do Rio e deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.

— Houve uma matança e creio que é importante investigar em que condições ocorreu — declarou Lula, segundo a agência AFP. Esta foi a primeira manifestação pública do presidente sobre a operação policial realizada pelo governo do adversário Cláudio Castro (PL).