O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) determinou que a rede social X (antigo Twitter) exclua, no prazo de 48 horas, uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que rotulava o PT como "partido dos traficantes". O post foi feito após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro e, até a manhã desta terça-feira, acumulava 2 milhões de visualizações, 36 mil curtidas, 3 mil comentários e 6 mil retweets. No dia em que foi publicado (31/10), a frase chegou aos trending topics da plataforma.

Na decisão liminar, o juiz Wagner Pessoa Vieira, da 5ª Vara Cível de Brasília, entendeu que a postagem tem potencial para causar "transtornos e prejuízos imediatos à imagem e à honra objetiva" do partido. "Enquanto as manifestações do réu, deputado federal, ocorridas no âmbito da Câmara dos Deputados são protegidas pela imunidade parlamentar material, as assertivas pronunciadas em ambientes externos àquela casa legislativa, inclusive virtuais, somente estão imunes quando estritamente vinculadas ao exercício do mandato”, afirmou o magistrado.

Após a decisão, Nikolas Ferreira reagiu em novo post no X, alegando que "Lula recebeu 4 de cada 5 votos de eleitores presos" e que, "quando, anunciada sua vitória, há dezenas de vídeos dentro de presídios comemorando sua eleição". O deputado também afirmou: "A justiça só vai atrás de quem é de direita, uma coincidência absurda".

A liminar foi concedida após representação do PT contra outros cinco parlamentares, que também replicaram a frase associando o partido a facções criminosas em seus perfis. O partido pede indenização de R$ 30 mil de cada um. Entre os processados estão Gustavo Gayer (PL-GO), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Juntas, as publicações desses parlamentares somaram pelo menos 479 mil visualizações ao post de Nikolas até a manhã desta terça-feira. Na data da publicação (31/10), a frase também esteve entre os assuntos mais comentados do X.