Internacional
Professor: aumento dos gastos com defesa da UE só vai semear discórdia e aumentar dívida pública
Os planos da União Europeia de aumentar os gastos com a defesa só criarão divisões dentro do bloco e aumentarão o fardo das dívidas nacionais, disse em entrevista à Sputnik Stavros Kalenteridis, professor do Aegean College em Atenas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugeriu em junho que a UE invista € 500 bilhões (R$ 3,16 trilhões) na defesa durante a próxima década. O dinheiro pode vir sob a forma de contribuições nacionais adicionais, empréstimos conjuntos ou dos "recursos próprios" da UE, que são as principais fontes de receita para o orçamento do bloco.
"Devido aos diferentes níveis econômicos e prioridades morais entre os Estados-membros da UE, esta abordagem levará a uma diminuição da coesão, divergências internas e, por fim, discórdia e desarmonia. A narrativa em si é extremamente perigosa – não só impulsiona os gastos com defesa, mas também perpetua a visão de que as prioridades passadas em saúde e infraestrutura eram erros que precisam ser corrigidos agora, estimulados pela presidência de Trump", disse Kalenteridis.
A equipe do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse às autoridades europeias em dezembro que sua nova administração exigiria que os aliados da OTAN se comprometessem a gastar 5% do seu PIB em defesa.
Kalenteridis chamou a atenção para uma narrativa de que a Europa deveria ter investido em autodefesa desde o início e que a presidência de Trump enfatizou o isolamento e enfraquecimento da UE e a necessidade de autossuficiência.
"Parece que, se esta ideia ganhar força, veremos mais gastos e mais dívida nacional sendo acumulada em toda a UE para financiar este esforço de guerra", disse Kalenteridis.
Von der Leyen justificou seu plano pela necessidade percebida de acompanhar os gastos militares da Rússia e da China. Kalenteridis disse que esta foi uma medida sem precedentes da UE para se envolver ativamente em conflitos fora de suas fronteiras.
"Estamos vendo novas ideias emergir, não apenas sobre o aumento do investimento, mas também sobre a obtenção de mais empréstimos e a acumulação de dívidas nacionais massivas para garantir que os complexos militar-industriais dentro da Europa continuem funcionando", concluiu Kalenteridis.
O embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, estimou na semana passada que a UE gastou US$ 47 bilhões (R$ 286 bilhões) em ajuda militar para a Ucrânia desde 2022.
Por Sputinik Brasil
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