Os Estados Unidos anunciaram que apreenderam o avião do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, do modelo Dassault Falcon 900, que estava na República Dominicana, alegando que sua aquisição foi ilegal, que violou sanções americanas e outras questões criminais. Mas, engana-se quem pensa que o ditador ficará sem nenhum avião particular: a frota de Maduro conta com pelo menos outras duas aeronaves, sendo uma delas ex-Força Aérea Brasileira.

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Maduro tem a sua disposição, desde 2013, um jato Embraer E-190 VIP — posteriormente rebatizado como Lineage 1000, maior jato executivo de sua categoria — que antes de ser vendido para a estatal venezuelana Conviasa operou na frota da FAB. Em 2010, a Força Aérea Brasileira incorporou dois jatos Embraer 190 em configuração VIP para substituir os antigos Boeing 737-200, famosos “Sucatinhas”, como eram chamados os aviões presidenciais.

Os aviões comprados pela FAB não eram da versão Lineage 1000, eram aviões comerciais com configuração de jato privado. Após três anos servindo temporariamente a FAB, o modelo voltou para os cuidados da Embraer em 2012 e no ano seguinte entrou nas negociações do Ministro do Transporte Hidroviário venezuelano, a mando de Maduro, em seu primeiro mandato, que buscava um avião mais confortável para fazer viagens maiores.

Com capacidade para 104 pessoas, o modelo é o mesmo que o comprado por Leila Pereira, presidente do Palmeiras, para o time profissional fazer suas viagens.Em seu site, a Embraer define o modelo E-190 como "regional com recursos de linha principal". Ainda segundo a empresa, esse avião tem um dos interiores mais espaçosos dentre aqueles que têm corredor único. O jato tem três versões, podendo voar 3.334km ou 4.537km na versão de longo alcance.

O segundo modelo que ainda está disponível na frota particular de Maduro é um Airbus VIP ACJ319, usado pelo ditador para visitas a Moscou e São Petersburgo, na Rússia, e Teerã, a capital do Irã e em visita ao Brasil, no último ano. O jato tem a matrícula civil YV-2984, e é um Airbus Corporate Jet (ACJ), que é um avião modificado de fábrica para transporte VIP, com maior conforto e alcance estendido, muito parecido com o modelo presidencial brasileiro.

Essa aeronave foi entregue à Venezuela em 2001 e até 2019 estava caracterizada como um jato privado, com o nome do país escrito na lateral e a bandeira amarela, azul e vermelha no topo do leme da aeronave. Na visita ao Brasil, porém, a unidade já estava pintada como um jato da frota da Conviasa.

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O ACJ319 é projetado para oferecer um alto nível de luxo e conforto. O interior é altamente personalizável, permitindo configurações que podem incluir salas de estar, salas de reunião, salas de jantar, suítes privativas, chuveiros e até camas. A cabine é mais ampla e alta em comparação com outros jatos executivos de mesma categoria, proporcionando uma experiência mais confortável para os passageiros.

Embora a versão comercial do A319 possa acomodar até 156 passageiros em uma configuração de classe econômica, o ACJ319 geralmente é configurado para transportar de 19 a 50 passageiros, dependendo da personalização interna. Mas, no caso venezuelano, não se sabe os detalhes da configuração interna.

O ACJ319 é uma escolha popular entre chefes de estado, grandes corporações e personalidades de alto poder aquisitivo que desejam uma combinação de luxo, espaço, autonomia de voo e confiabilidade. A aeronave tem um alcance estendido em comparação com o A319 padrão, capaz de realizar voos sem escalas de até aproximadamente 12.500 km, dependendo da configuração e carga útil.