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Rússia afirma ter derrubado 33 drones ucranianos na Crimeia e 10 drones navais

Ministério da Defesa confirmou informação pelo Telegram

Agência O Globo - GLOBO 18/07/2024
Rússia afirma ter derrubado 33 drones ucranianos na Crimeia e 10 drones navais

A Rússia abateu 33 drones aéreos ucranianos durante a noite na Crimeia, informou o Ministério da Defesa de Moscou na quinta-feira, bem como 10 drones navais que estavam se dirigindo para a península.

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"Sistemas de defesa aérea em serviço destruíram e interceptaram 33 drones aéreos sobre a Crimeia," disse o ministério em um post no Telegram, acrescentando que as forças "no Mar Negro destruíram 10 drones navais que estavam se dirigindo para a península da Crimeia".

Nesta quarta-feira, a Rússia anunciou uma troca envolvendo 190 prisioneiros de guerra com a Ucrânia, por meio de um acordo intermediado pelos Emirados Árabes Unidos. Segundo os termos discutidos publicamente, cada lado envolvido no conflito aceitou libertar 95 prisioneiros capturados ao longo do conflito.

No início de junho, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país mantinha 6.465 prisioneiros de guerra ucranianos. Em Kiev, autoridades confirmam um total de 1.348 russos detidos.

Cúpula da Paz com a Rússia

Em meio às tensões diplomáticas e no campo de batalha, a Rússia reagiu com cautela, na terça-feira, ao convite do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma futura cúpula de paz sobre o conflito na Ucrânia — Kiev já organizou uma reunião neste ano, mas vetou a participação de Mosou.

Zelensky se mostrou favorável à participação da Rússia em uma segunda cúpula de paz, em uma declaração na segunda-feira. O presidente ucraniano disse ter estabelecido uma meta para que em novembro "tenhamos um plano totalmente preparado" para a nova organizar a cúpula.

— Acredito que os representantes russos deveriam participar desta segunda cúpula — disse.

Em um comentário na terça, o principal porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou disse que a primeira cúpula da paz, realizada em meados de junho na Suíça, não alcançou seu fim, sendo necessário entender melhor qual seria a nova proposta.

— A primeira cúpula da paz não foi uma cúpula da paz de nenhuma maneira. Então, talvez seja necessário entender primeiro o que ele quer dizer — disse Peskov ao canal de notícias Zvezda, ao comentar a declaração de Zelensky.

O mandatário ucraniano não mencionou o fim das hostilidades, mas o estabelecimento de um plano sobre três temas: a segurança energética da Ucrânia — cuja infraestrutura foi devastada pelos bombardeios russos —, a livre navegação no Mar Negro e a troca de prisioneiros.

A Rússia ainda ocupa cerca de 20% do território ucraniano e as perspectivas de um cessar-fogo, e mesmo de uma paz duradoura entre Kiev e Moscou, são mínimas nesta fase, após quase dois anos e meio do ataque russo em grande escala.

Entretanto, é a primeira vez que Zelensky levanta a ideia de negociações com a Rússia sem a retirada prévia de suas tropas do território ucraniano.

No passado, o presidente da Ucrânia havia afirmado que não queria negociar com Moscou enquanto Vladimir Putin estivesse no poder. Também chegou a firmar um decreto que tornava ilegais as negociações com a Rússia. (Com AFP e Bloomberg)