Após uma série de ataques de ursos no Japão, com seis pessoas mortas e mais de 200 feridas apenas no ano passado, uma província de Toyama, na região central, vai dar início a um projeto inovador de monitoramento. Para conter a aproximação do animal a zonas urbanas, o sistema promete acompanhar em tempo real, através de câmaras de segurança públicas e privadas, o passo a passo do mamífero. A medida vai possibilitar o envio de alertas instantâneos às autoridades locais, além da geração de padrões de movimento, em uma tentativa de prever o paradeiro futuro do animal com ajuda de Inteligência Artificial (IA).

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Caso a iniciativa funcione, a ideia do governo é expandir o esquema para outras áreas do país. Até março, cerca de 219 pessoas foram vítimas dos ursos em 19 províncias japonesas, um número recorde desde o início do levantamento nacional.

Os ursos pardos Ussuri, maiores do que os seus homólogos negros comuns no restante do Japão, podem pesar bem mais de 300 kg e correr a velocidades de até 50 km/h e vivem em uma procura insaciável por alimentos.

Especialistas alertam que o aumento dos ataques de ursos tem a ver com a escassez de insumos básicos, que força os animais a se aventurarem em áreas urbanas em busca de comida para sobreviver. Outro fator é o despovoamento das áreas rurais, já que a ausência de barulhos selvagens deixa os mamíferos à vontade para avançar pelo território e alcançarem o perímetro urbano.

Mais um sistema de vigilância com IA já vem sendo utilizado no nordeste do Japão, especialmente na cidade de Hanamaki, na província de Iwate. Com 30 câmeras instaladas ao longo dos rios que correm das montanhas em direção à cidade, os ursos são frequentemente avistados e as notificações são enviadas para uma estação de monitoramento e para os residentes locais.