Internacional
Na Argentina, Papa Francisco alfineta governo Milei e diz que Estado deve garantir 'justiça social'
Porta-voz do governo retrucou afirmando que 'as pessoas não querem isso, elas mostraram nas urnas'
O Papa Francisco afirmou que o Estado desempenha o "papel de redistribuição e justiça social" em um vídeo transmitido nesta quarta-feira em um evento na Argentina. A declaração foi alvo de críticas do governo do presidente ultradireitista Javier Milei, que alegou que "as pessoas não querem isso".
— Os direitos sociais não são gratuitos, a riqueza para sustentá-los está disponível, mas requer decisões políticas adequadas — disse o Pontífice em uma mensagem de vídeo exibida na inauguração da sede do Comitê Pan-Americano de Juízes e Juízas de Direitos Sociais e Doutrina Franciscana (Copaju) em Buenos Aires.
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O Papa também alertou sobre "o Deus mercado e o Deus lucro", que chamou de "falsas divindades que levam à desumanização e à destruição do planeta".
— Peço a vocês [do Copaju] firmeza e decisão diante dos modelos desumanizantes. Vocês são trabalhadores da paz — declarou o Pontífice em seu discurso.
As declarações ocorrem duas semanas após ele receber Milei no Vaticano, com quem compartilhou uma missa e uma reunião privada. Milei, que se auto-define como um "anarcocapitalista", considera que o mercado deve regular a maioria dos aspectos da sociedade e já rotulou, várias vezes, a justiça social como "uma aberração".
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Após a declaração, o porta-voz presidencial argentino, Manuel Adorni, afirmou que o recado de Papa Francisco como "frases, palavras e definições muito bonitas de se ouvir", mas rejeitou que o Estado deva garantir a justiça social, pois isso é "tirar de uns compulsoriamente para dar a outros".
— O tão abençoado 'Estado presente' tirou tudo de milhões de argentinos — disse, referindo-se ao slogan usado pelos últimos governos peronistas, culpando as políticas pelos "50% de pobres" no país. — As pessoas não querem isso, elas mostraram nas urnas.
Milei insultou o líder espiritual algumas vezes antes de assumir a Presidência e até mesmo o chamou de "representante do maligno na Terra" — declarações pelas quais pediu depois desculpas ao Papa.
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