Internacional
Após perder cinco membros da família, chefe da sucursal da al-Jazeera sai de Gaza
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 82 comunicadores e funcionários de meios de informação morreram desde o início da guerra em 7 de outubro
O chefe da sucursal em Gaza da emissora catari al-Jazeera, Wael Dahdouh — que perdeu sua mulher e diversos filhos, e também foi ferido durante a guerra entre Israel e Hamas — saiu do território palestino, anunciou o próprio jornalista à AFP. Acompanhado de um parente, Dahdouh deixou a Faixa de Gaza e seguiu para o Egito pelo posto fronteiriço de Rafah.
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Seu destino final é Doha, no Catar, onde se submeterá a uma intervenção cirúrgica em uma das mãos, após ficar ferido em um bombardeio. Na capital catari, Dahdouh se reunirá com quatro de seus filhos, que viajaram na semana passada.
O comunicador, de 53 anos, se tornou um caso emblemático da situação dos jornalistas palestinos que cobrem a guerra em Gaza. Sua esposa, dois de seus filhos e um neto morreram em um bombardeio ao acampamento de refugiados de Nuseirat, no centro do território, no final de outubro.
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Em 7 de janeiro, seu filho mais velho Hamza Dahdouh, que também trabalhava para a al-Jazeera, morreu em um bombardeio israelense em Rafah.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 82 comunicadores e funcionários de meios de informação morreram desde o início da guerra em 7 de outubro — 75 palestinos, quatro israelenses e três libaneses.
A guerra eclodiu após um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel, que deixou aproximadamente 1.140 mortos do lado israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Em represália a esse ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que desde 2007 governa Gaza, onde, até agora, morreram 24.285 pessoas — a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o último balanço do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
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