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Pegadas de dinossauros de 160 milhões de anos são descobertas no Chile

Achado inédito amplia conhecimento sobre presença de dinossauros no antigo supercontinente Gondwana

Sputnik Brasil 28/12/2025
Pegadas de dinossauros de 160 milhões de anos são descobertas no Chile
Pegadas fósseis de dinossauros descobertas no norte do Chile revelam fauna do Jurássico Superior. - Foto: © Foto / Mauricio Álvarez

Paleontólogos descobriram pegadas de terópodes e saurópodes datadas de aproximadamente 160 milhões de anos na formação Majala, no norte do Chile. Esse registro, pertencente ao Jurássico Superior (entre 163,5 e 145 milhões de anos), representa as mais antigas pegadas de dinossauros já relatadas no país, localizadas na margem ocidental do antigo supercontinente Gondwana.

“O registro fóssil do Jurássico Superior apresenta diferenças notáveis na abundância e distribuição de traços de dinossauros entre a Laurásia e o Gondwana”, explicou o doutor Marko Yurac, da Unidade de Patrimônio Paleontológico. O estudo foi publicado na revista Swiss Journal of Palaeontology.

Na Europa, diversos sítios já documentaram pegadas de dinossauros, incluindo Itália, Croácia, Polônia, Espanha, Suíça, França, Alemanha e Portugal. Na América do Sul, a maioria dos rastros está concentrada na margem oriental do continente, especialmente no Brasil, Guiana e Uruguai, com registros adicionais em regiões do norte, como a Colômbia, segundo o portal Sci.News.

Em contraste, na margem ocidental da América do Sul — correspondente ao limite ocidental de Gondwana — os rastreamentos do Jurássico Superior foram registrados exclusivamente no Chile.

Os pesquisadores identificaram cinco níveis de pegadas dentro da formação Majala, na área de Quebrada Huatacondo. Esses rastros foram produzidos por dinossauros terópodes e saurópodes há cerca de 160 milhões de anos.

De acordo com especialistas, o norte do Chile há 160 milhões de anos alternava entre períodos de inundações e secas. Apesar do clima predominantemente seco, a acumulação sazonal de água criava zonas úmidas que atraíam animais de diferentes portes — desde pequenos terópodes até grandes dinossauros carnívoros. Ao caminhar pela lama próxima às fontes de água, os dinossauros deixavam pegadas no sedimento macio, que foram preservadas por milhões de anos devido a inundações subsequentes.

As pegadas revelam a presença de terópodes gigantes (com comprimentos entre 51 e 52,8 cm), grandes (43,5 a 46,5 cm) e médios (25 a 27 cm). Uma área concentra mais de 25 pegadas de pequenos terópodes, com marcas variando de 8 a 13 cm.