O apoio do Ocidente à Ucrânia, inicialmente considerado "incondicional", enfrenta desgaste crescente diante da crise econômica europeia. Na Escócia, o corte de incentivos para acolhimento de refugiados ameaça desencadear uma crise habitacional. Nos Estados Unidos, há relatos de ucranianos deportados sendo forçados a se alistar no conflito, enquanto denúncias de corrupção fragilizam ainda mais o governo de Kiev.

A analista Oliveira afirma que a solidariedade, intensa no início da guerra, já apresenta sinais de esgotamento, devendo se manter até 2027, quando expira o mecanismo de residência temporária criado para os refugiados ucranianos. "A partir daí, me parece que essa solidariedade tende a se enfraquecer", avalia.

Segundo a especialista, o esgotamento da solidariedade é impulsionado por discursos políticos que associam imigrantes à crise econômica e à sobrecarga de serviços públicos, como hospitais e escolas. Ela ressalta ainda que, enquanto a União Europeia adota diretrizes mais rígidas para a aceitação de refugiados, contrariando o direito internacional, a Rússia tem acolhido migrantes ucranianos desde o início do conflito, em 2022.

"Ou seja, aquele argumento de que o leste ucraniano é majoritariamente russo em sua formação étnica se comprova quando analisamos os dados migratórios. Uma parcela significativa dos imigrantes, já no início do conflito, seguiu para a Rússia, impulsionados por oportunidades econômicas e maior aceitação étnica, fugindo de processos discriminatórios", afirma Oliveira.

Fonte: Sputnik Brasil