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Universidades federais enfrentam corte de R$ 488 milhões no orçamento de 2026
Redução de 7,05% afeta recursos para funcionamento e assistência estudantil; Andifes manifesta preocupação e alerta para impacto nas atividades acadêmicas.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou nesta terça-feira, 23, comunicado informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões. A redução representa 7,05% a menos nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.
Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para o pagamento de despesas como água, luz, limpeza e bolsas de assistência estudantil.
O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.
Segundo a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior".
Uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir a permanência de estudantes de baixa renda nas universidades. Apenas nessa ação, segundo a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que corresponde a uma redução de 7,3% no orçamento da área.
"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", destaca o comunicado.
A entidade ressalta ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do país.
"Estamos, portanto, diante de um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", alerta a Andifes.
A associação informa que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para buscar recomposição do orçamento.
A luta das universidades federais por mais recursos é antiga. Após uma relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar disso, as instituições continuam enfrentando restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes em gastos com combustível, interrupção na compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. As ações foram motivadas por diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na ocasião, uma mudança na forma de repasse também estrangulou a verba das universidades. Após reivindicações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.
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