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Volume de água nas hidrelétricas em janeiro ficará abaixo da média, aponta ONS
Previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico indica afluências inferiores ao histórico em quase todo o País, elevando preocupação com armazenamento e preço da energia.
O volume de água previsto para chegar aos reservatórios das hidrelétricas brasileiras em janeiro deve ficar abaixo da média histórica em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo dados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
As estimativas apontam precipitações inferiores à média especialmente na região central do País, o que resultará em afluências mais fracas em importantes bacias do Sudeste/Centro-Oeste e do Nordeste, como Grande, Tietê, Paranapanema, Tocantins e São Francisco. Em contrapartida, as bacias do Paraná (Sul), Uruguai e da região Amazônica devem apresentar volumes dentro da média, com algumas áreas do extremo Norte podendo registrar índices acima do histórico.
Por subsistema, a expectativa do ONS é de que a Energia Natural Afluente (ENA) atinja 85% da média de longo termo (MLT) no Norte, 83% no Sudeste/Centro-Oeste, 75% no Sul e apenas 55% no Nordeste.
Essas projeções sucedem um dezembro em que a ENA também ficou aquém da média histórica. No Sudeste/Centro-Oeste, o mês registrou a 10ª pior afluência em 95 anos, com 72% da MLT. No Nordeste, a ENA foi de apenas 43%, o quarto menor índice da série histórica, enquanto o Norte atingiu 68%, o 19º pior registro. No Sul, a ENA ficou em 75%, valor próximo à mediana histórica.
Diante desse cenário, aumenta a preocupação do setor elétrico com o nível de armazenamento nos reservatórios ao final do verão, fator que influencia diretamente o preço da energia. Apesar da ENA abaixo da média, a expectativa é de alguma recuperação dos reservatórios ao longo de janeiro.
No Sudeste/Centro-Oeste, o volume armazenado deve passar dos atuais 43,7% para 53,5% até o fim do próximo mês. No Nordeste, a projeção é de aumento de 45,3% para 55,4%, e no Norte, de 54,6% para 58,9%. Por outro lado, no Sul, o armazenamento tende a cair de 77% para 64,3%.
As projeções consideram tanto os volumes de ENA esperados quanto a política operativa definida pelo ONS para o período. No Nordeste, por exemplo, a geração hidráulica foi reduzida em cumprimento à resolução da Agência Nacional de Águas (ANA). Já no Sul e no Sudeste, a geração está sendo ajustada para controle dos níveis dos reservatórios.
Perspectivas para os próximos meses
O ONS indica que a tendência de afluência abaixo da média deve persistir em grande parte do País também em fevereiro. No Sudeste/Centro-Oeste, 56,2% dos cenários apontam ENA entre 70% e 90% da MLT; no Nordeste, mais de 70% dos cenários projetam afluência inferior a 70% da média. No Sul, há maior dispersão, com mais de 65% dos cenários indicando volume abaixo do histórico, mas quase 15% de chance de superar consideravelmente a média. No Norte, a tendência é de aumento das afluências, com mais de 30% de possibilidade de atingir ou superar a média histórica.
Considerando os cenários até abril, o ONS reforça a expectativa de ENA abaixo da média histórica durante todo o período, tradicionalmente marcado por maiores volumes de chuva, fundamentais para o enchimento dos reservatórios e enfrentamento do período seco (maio a setembro).
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