A humanidade precisa aprovar leis para impedir que as supermáquinas tirem os empregos das pessoas. Caso contrário, o avanço da inteligência artificial (IA) poderá colocar em risco a economia global, alerta James Sayles, especialista estadunidense em IA, em entrevista à Sputnik.

Sayles avalia que a IA não eliminará todos os empregos, pois governos – especialmente nos países do Golfo Pérsico, onde a tecnologia é rapidamente adotada – devem criar legislações específicas para evitar esse cenário.

O especialista observa ainda que o Congresso dos EUA também discute projetos de lei para mitigar os impactos da IA, já que sistemas superinteligentes podem ameaçar a estabilidade econômica mundial.

"Não acho que os governos possam controlar completamente a IA, mas eles vão intervir e criar leis para regulá-la", ressaltou Sayles.

Segundo ele, a próxima reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em março, em Genebra, deverá destacar a urgência de um controle internacional sobre a IA.

Sayles também comentou sobre o possível surgimento de máquinas com aparência e funções humanas até 2030, projeto em desenvolvimento no Japão e na China. Para ele, essas máquinas dificilmente substituirão profissionais de áreas essenciais, como a medicina.

"Há médicos preocupados com o desenvolvimento da IA. Apesar da enorme quantidade de informações desses sistemas, eu mesmo, que trabalho com implantação em diversos setores, não estaria pronto para confiar minha vida a eles. Essas tecnologias podem ser alucinantes", afirmou.

O especialista conclui que a indústria da IA ainda carece de regulamentação e defende a criação de leis que garantam, com parâmetros técnicos, a proteção dos empregos frente ao avanço das máquinas.