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Índice de Preços dos Alimentos da FAO registra terceira queda consecutiva em novembro

Reduções nos preços de laticínios, carnes, açúcar e óleos vegetais superam alta dos cereais, aponta relatório da ONU.

05/12/2025
Índice de Preços dos Alimentos da FAO registra terceira queda consecutiva em novembro
Índice de Preços dos Alimentos da FAO registra terceira queda consecutiva em novembro - Foto: GettyImages

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 1,2% em novembro em relação a outubro, marcando o terceiro mês seguido de recuo. A média atingiu 125,1 pontos, 1,5 ponto abaixo do nível revisado do mês anterior (126,6 pontos). O indicador segue 35,2 pontos (21,9%) abaixo do pico histórico de março de 2022 e 2,1% inferior ao registrado em novembro de 2024.

Segundo a FAO, o movimento de queda foi impulsionado pelas reduções nos preços de laticínios, carnes, açúcar e óleos vegetais, que compensaram o aumento observado no índice de cereais.

O subíndice de cereais ficou em 105,5 pontos em novembro, alta de 1,9 ponto (1,8%) frente a outubro, mas ainda 5,3% abaixo do mesmo mês de 2024. O preço global do trigo subiu 2,5%, influenciado pelo possível interesse da China em suprimentos dos EUA e por preocupações na região do Mar Negro. O milho também teve alta, sustentado pela forte demanda por produtos brasileiros e por condições climáticas adversas na Argentina e no Brasil. Em contrapartida, o índice do arroz recuou 1,5%, pressionado pela colheita no Hemisfério Norte e pela demanda enfraquecida.

O subíndice de óleos vegetais caiu 2,6% em novembro, para 165 pontos, atingindo o menor patamar em cinco meses. O recuo reflete a queda nos preços dos óleos de palma, canola e girassol, que superaram a leve alta do óleo de soja. O óleo de palma foi impactado pela produção acima do esperado na Malásia, enquanto o de canola caiu diante de perspectivas positivas de produção global. Já o óleo de soja registrou leve aumento, sustentado pela demanda firme do setor de biodiesel, especialmente no Brasil.

O subíndice de carnes recuou 0,8%, para 124,6 pontos, mas ainda está 4,9% acima do nível de um ano atrás. A queda foi puxada pela redução nos preços das carnes suína e de aves. O recuo nas cotações da carne de aves se deveu à menor valorização das exportações brasileiras e ao aumento da concorrência internacional após a suspensão de restrições comerciais por países como a China. Já a carne suína teve queda em meio à ampla oferta na União Europeia e à demanda moderada da China. O preço da carne bovina permaneceu estável.

O subíndice de lácteos recuou pelo quinto mês consecutivo, para 137,5 pontos, queda de 3,1% em relação a outubro e de 1,7% na comparação anual. Todos os principais produtos apresentaram redução, com destaque para manteiga e leite em pó integral, pressionados pela maior disponibilidade para exportação e pela concorrência entre fornecedores. A produção sazonalmente maior na Nova Zelândia e os elevados estoques na União Europeia contribuíram para a oferta abundante.

O subíndice de açúcar alcançou média de 88,6 pontos, queda de 5,9% em relação a outubro e de 29,9% ante o ano anterior, atingindo o menor nível desde dezembro de 2020. O movimento reflete a expectativa de ampla oferta global, com produção forte no sul do Brasil e perspectivas favoráveis para as safras da Índia e da Tailândia, pressionando ainda mais os preços.