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O que é a 'pegada suicida', exercício com supino que matou homem em academia
Acidente fatal em Olinda expõe riscos da pegada inadequada no supino e reforça importância de supervisão profissional
Conhecida como 'pegada suicida', a técnica utilizada durante o exercício de supino causou a morte de um homem de 55 anos em uma academia de Olinda, Pernambuco. Ronald José Salvador Montenegro realizava o movimento quando a barra escapou de suas mãos e atingiu seu tórax. Câmeras de segurança do local registraram o momento do acidente.
Segundo o professor Junior Jocas, membro da diretoria do Conselho Federal de Educação Física (Confef), a chamada pegada falsa – em que o polegar fica na mesma linha dos outros dedos, na parte traseira da barra – é altamente perigosa e desaconselhada para o público em geral. "O próprio nome mostra o risco. Essa pegada só é utilizada por pessoas altamente treinadas e, mesmo assim, não é recomendada", explica Jocas em entrevista ao Estadão.
As imagens mostram que Ronald segurava a barra com o polegar junto aos demais dedos, o que facilitou o deslizamento do equipamento para frente e resultou no acidente fatal.
De acordo com Jocas, a forma correta de segurar a barra no supino é a pegada fechada, em arco, com o polegar ativo e envolvendo toda a barra. "A pegada utilizada por ele foi inadequada e aumenta muito o risco de acidentes", afirma.
Outro fator agravante, segundo o professor, foi a ausência de orientação e suporte profissional no momento do exercício. "O suporte pode até ser feito por um colega, mas a orientação deve ser sempre de um profissional de Educação Física", reforça.
Jocas destaca que acidentes semelhantes, embora geralmente menos graves, são comuns em academias. "O supino reto exige cuidado e supervisão constante, independentemente do nível do praticante. Pela gravidade do óbito, este caso ganhou mais evidência, mas acidentes com supino são frequentes", alerta.
O professor estima que Ronald utilizava uma carga entre 70 kg e 80 kg, peso considerado elevado para iniciantes. "Questões técnicas e de segurança precisam ser observadas por todos, sejam amadores ou avançados", pontua.
Sobre o uso de acessórios, Jocas esclarece que luvas não teriam evitado a tragédia: "A luva pouco influenciaria. O mais importante é a pegada correta e a supervisão do movimento".
Dicas de segurança no supino
De acordo com Junior Jocas, a segurança no supino começa pela pegada. O posicionamento das mãos na barra é fundamental para garantir estabilidade, eficiência e evitar acidentes.
Confira cinco dicas essenciais do especialista:
- Largura da pegada: deve ser um pouco maior que a distância dos ombros, mantendo os antebraços verticais na descida da barra, o que reduz o torque no ombro e evita trajetórias inseguras;
- Posição dos punhos: precisam estar neutros e alinhados ao antebraço. Punhos dobrados comprometem o controle e aumentam o risco de queda da barra;
- Pegada recomendada: fechada, com o polegar envolvendo toda a barra. A chamada pegada falsa ou "thumbless" eleva significativamente o risco de acidentes e não é indicada ao público em geral;
- Trajetória segura da barra: descer com controle, mantendo a barra alinhada ao peitoral médio e evitando aproximação ao pescoço;
- Segurança como princípio: técnica adequada, supervisão profissional e progressão consciente de carga são essenciais para uma prática segura.
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