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Luiza Trajano critica alta dos juros e defende ações contra violência de gênero
Empresária pede redução dos juros, elogia taxação das apostas e destaca combate à violência contra mulheres no Magalu.
Luiza Trajano, empresária e presidente do conselho do Magazine Luiza, afirmou nesta quinta-feira (4) que a taxa de juros no Brasil "está muito alta" e que "não tem cabimento". Durante discurso na 6ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), ela destacou os impactos negativos dos juros elevados, especialmente para pequenas e microempresas.
"As pessoas querem comprar, querem emprego, querem criar seus negócios, mas para essa roda girar, precisamos olhar para o que nos impede de ir mais longe. Sou uma voz que os economistas não gostam, mas falo como empresária e cidadã que os juros estão muito altos. Não tem cabimento. Os juros altos atingem profundamente a pequena e a microempresa", declarou.
Luiza Trajano também fez um apelo por medidas do setor privado para coibir a violência contra mulheres, em linha com discurso recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelas medidas de taxação das apostas eletrônicas (bets), ressaltando que "as pessoas mais simples é que estão sofrendo" com o endividamento provocado por essas plataformas.
"Temos feito um trabalho na nossa empresa porque as pessoas mais endividadas são as da ponta. Elas procuram agiota, o agiota pressiona e a gente tem que trabalhar inclusive a saúde mental. As pessoas mais simples é que estão sofrendo", afirmou, dirigindo-se a Haddad.
Trajano ainda pediu que as pessoas parem de "falar mal do Brasil" e valorizem os aspectos positivos do país. "Vivemos em um país maravilhoso e precisamos destacar o que tem de bom", disse, citando um colar adquirido durante a COP30, em Belém.
O momento mais aplaudido da manhã foi quando a empresária abordou a violência contra a mulher. Ela lembrou o caso de uma gerente do Magalu, vítima de feminicídio, e destacou as iniciativas adotadas pela empresa para prevenir novos casos. "Há 10 anos, mesmo trabalhando, o Magalu perdeu uma gerente de uma loja de shopping, com 17 anos de carreira e 37 anos de idade. Fiquei muito mal. Nós nos unimos, empresas, homens, mulheres e famílias, e falamos que nunca mais o Magazine Luiza ia perder uma mulher. E há 10 anos não perdemos", relatou.
"Temos linha, aplicativo, e quem mais se envolveu foram os homens. Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, mas o Magalu vai meter. Quero pedir aos empresários: quando vocês metem a colher e criam um movimento, as pessoas têm muito mais medo que qualquer outro movimento. Não podemos aceitar mais isso", concluiu.
O discurso foi encerrado sob aplausos de pé por cerca de 30 segundos dos presentes.
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