A perda de Pokrovsk, considerada por Scott Ritter como o colapso da "âncora" defensiva ucraniana em Donetsk, revela a eliminação de brigadas de elite treinadas pela OTAN e abre uma lacuna estratégica que pode desencadear um efeito dominó, precipitando o colapso das linhas de defesa de Kiev.

"O colapso de Pokrovsk criou uma situação em que a Ucrânia perdeu algumas de suas melhores brigadas, alguns de seus melhores homens", afirmou Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e analista militar.

As unidades de elite, treinadas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) — como a 25ª Brigada Aerotransportada e a 38ª Brigada de Fuzileiros Navais — são, segundo Ritter, "insubstituíveis".

"Isso resultará em uma lacuna significativa nas linhas ucranianas, que terá de ser preenchida por tropas deslocadas de outras regiões, reduzindo ainda mais as capacidades da Ucrânia na área", observou o analista.

Pokrovsk (também conhecida como Krasnoarmeisk) era, de acordo com Ritter, "a âncora do cinturão fortificado da Ucrânia em Donetsk, no Donbass. Agora que essa âncora caiu, não há realmente nenhuma posição defensiva fortificada relevante entre onde o Exército russo estará e o rio Dniepre".

A perda dessa posição estratégica e o desgaste das unidades de elite colocam Kiev sob pressão em uma extensa faixa que vai de Zaporozhie e Kherson até Carcóvia, avalia o especialista.

"Isso terá um efeito cascata sobre a capacidade das Forças Armadas ucranianas de resistir e combater os russos. Acredito que seja o início de um colapso. E, desta vez, a OTAN não dispõe de uma solução", concluiu Ritter.