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Procuradoria da Colômbia acusa dois ex-ministros do governo Petro por corrupção
Ricardo Bonilla e Luis Fernando Velasco são investigados por suposto favorecimento em contratos milionários para garantir apoio parlamentar a projetos do governo.
Promotores colombianos denunciaram, nesta segunda-feira, 1º, dois ex-ministros do governo de Gustavo Petro sob suspeita de crimes ligados à corrupção. Segundo a acusação, eles teriam utilizado contratos multimilionários para conquistar apoio no Congresso a projetos de interesse do Executivo.
O ex-ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla, e o ex-ministro do Interior, Luis Fernando Velasco, responderão por favorecimento indevido na concessão de contratos, conspiração para cometer crime e suborno, com penas que podem chegar a até 27 anos de prisão. Nenhum dos dois se declarou culpado.
"Cumpri plenamente minhas funções como Ministro da Fazenda... Tenho certeza de que não cometi nenhum crime e defenderei minha inocência", afirmou Bonilla, de 75 anos, durante a audiência.
Velasco deixou o Ministério do Interior em junho de 2024, quando as denúncias de corrupção contra o governo já ganhavam destaque. Em dezembro daquele ano, Petro solicitou a renúncia de Bonilla, alegando acreditar em sua inocência, mas justificando que preferia afastá-lo do cargo porque "a extrema direita queria destruí-lo".
De acordo com a procuradora María Cristina Patiño, que depôs na audiência, os ex-ministros, junto a outros servidores e parlamentares, teriam conspirado para direcionar contratos do Instituto Nacional de Estradas e da Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD), órgão responsável por responder a emergências e prestar auxílio a comunidades afetadas.
"Eles lideraram, promoveram e dirigiram a organização criminosa, dando ordens, coordenando reuniões e supervisionando as atividades ilícitas" dentro dos órgãos estatais, detalhou Patiño durante a audiência em Bogotá.
A procuradora acrescentou que a suposta manipulação de programas de interesse de membros do Congresso teria servido para consolidar maiorias necessárias à aprovação de projetos emblemáticos do governo, como a reforma da previdência, já aprovada, e a reforma da saúde, ainda em tramitação.
Patiño afirmou ainda que mais de 70 projetos em entidades estatais foram desviados, mas apenas sete foram concluídos, supostamente devido à atuação dos ex-ministros e demais envolvidos.
Outros altos funcionários da UNGRD também foram processados no mesmo caso de corrupção, e ex-presidentes do Senado e da Câmara dos Representantes foram presos por suposto recebimento de subornos.
O presidente Petro pediu desculpas pelo caso no ano passado, especialmente pela nomeação do ex-diretor da UNGRD, que está sob investigação da Procuradoria-Geral da República. No entanto, negou que congressistas tenham sido subornados ou que as irregularidades tenham partido dos mais altos escalões do governo.
Com informações da Associated Press.
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