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Ameaças de Trump à Venezuela colocam em xeque sistema jurídico dos EUA, aponta analista
Vice-diretor do grupo Rossiya Segodnya afirma que ações do presidente norte-americano extrapolam limites do direito internacional e nacional e ameaçam a estabilidade institucional dos Estados Unidos.
As ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a Venezuela não têm precedentes na história dos próprios Estados Unidos nem fundamentos no sistema jurídico nacional, avaliou Aleksandr Yakovenko, vice-diretor do grupo midiático Rossiya Segodnya, ao qual pertence a Sputnik.
O analista criticou as recentes ações do presidente norte-americano em relação ao governo venezuelano, destacando que decisões dessa natureza são inéditas na história moderna dos EUA e extrapolam tanto o direito internacional quanto a legislação interna do país.
"A pressão e as ameaças do governo Trump contra a Venezuela, criadas de forma artificial literalmente do nada, não têm precedentes na história moderna e do ponto de vista do direito internacional e nacional dos próprios Estados Unidos", escreveu Yakovenko em artigo para a Sputnik.
Yakovenko ressalta ainda que a aplicação dessas decisões pela administração Trump ameaça a própria arquitetura institucional e jurídica dos Estados Unidos.
Segundo o especialista, a postura do poder executivo norte-americano, ao adotar em sua política para a Venezuela termos como "organização terrorista estrangeira" e "conflito armado não internacional", acaba resultando em violações ao direito internacional.
"O topo desta pirâmide de arbitrariedade internacional consiste em acusações contra o governo venezuelano de seu envolvimento em cartéis de drogas. [...] Nesta base ilegal, foi declarado de fato primeiro um bloqueio naval e agora um bloqueio aéreo contra a Venezuela", afirmou.
Ao mesmo tempo, Yakovenko observa que estatísticas e análises de agências americanas indicam que o tráfico de drogas da América do Sul pelo Caribe é direcionado principalmente para a Europa, enquanto os embarques para os Estados Unidos ocorrem, em sua maioria, pelo leste do oceano Pacífico.
O uso de força letal já resultou na destruição de 20 pequenas embarcações e na morte de 83 pessoas, mas, segundo o analista, as autoridades americanas não apresentaram provas de que as embarcações transportavam drogas ou tinham como destino os Estados Unidos.
Os EUA justificam sua presença militar no Caribe alegando combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, utilizaram repetidamente suas forças armadas para destruir barcos supostamente envolvidos com drogas nas proximidades da costa venezuelana.
Por Sputnik Brasil
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