Kazuo Ueda, presidente do Banco do Japão (BoJ), afirmou que a instituição irá discutir com cautela um possível aumento das taxas de juros em sua próxima reunião de política monetária, marcada para os dias 18 e 19 de dezembro. A sinalização reforçou as apostas de que um aperto monetário pode ocorrer ainda este ano.

Durante discurso a empresários em Nagoya, Ueda ressaltou que o banco está coletando informações sobre a disposição das empresas em conceder reajustes salariais — fator considerado essencial para sustentar a inflação próxima à meta de 2%. “Vamos considerar cuidadosamente os prós e contras de um reajuste na taxa de política e decidir de forma apropriada”, declarou.

A inflação no Japão permanece resiliente, enquanto o iene enfraquecido — recentemente cotado a cerca de 157,90 por dólar — pressiona os preços dos produtos importados. Apesar disso, economistas divergem quanto ao momento do próximo aumento, em parte devido à postura expansionista da primeira-ministra Sanae Takaichi em relação à política fiscal.

Após os comentários de Ueda, o mercado passou a precificar com maior probabilidade um aumento já em dezembro: o iene se valorizou para aproximadamente 155,60 por dólar, e o rendimento do título do governo japonês (JGB) de 10 anos atingiu 1,85%, a maior taxa desde junho de 2008.

Em resposta ao discurso, a Capital Economics antecipou sua previsão de elevação dos juros de janeiro para dezembro e agora projeta que a taxa básica suba para 0,75% neste mês, com mais dois ajustes previstos para 2026.

Ueda garantiu que eventuais ajustes graduais “não colocarão o pé no freio” da economia, mas apenas reduzirão o estímulo a um patamar compatível com o crescimento e a estabilidade de preços.

Fonte: Dow Jones Newswires. Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.