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Estados Unidos enfrentam escassez crítica de marinheiros, aponta mídia
Falta de profissionais ameaça logística, segurança nacional e capacidade de resposta dos EUA diante de potenciais conflitos globais
A marinha mercante dos Estados Unidos atravessa uma crise sem precedentes de falta de pessoal, mesmo diante de salários elevados e esforços das empresas para atrair novos candidatos, segundo reportagens da imprensa norte-americana.
De acordo com o The Wall Street Journal, a escassez de marinheiros ocorre em um contexto de fortalecimento das forças navais da China e da Rússia, o que eleva o risco estratégico para os EUA. O problema ameaça não apenas a eficiência da cadeia de suprimentos, mas também a segurança nacional e a capacidade do país de mobilizar recursos logísticos em situações de crise militar ou conflitos globais.
A situação chegou a um ponto em que, mesmo que os desafios na construção naval fossem superados, não haveria profissionais qualificados suficientes para operar a já reduzida frota de navios mercantes registrados nos Estados Unidos, alerta o jornal.
Apesar da remuneração competitiva — com oficiais e cargos especializados recebendo salários acima da média nacional e superiores aos de funções similares em terra —, o incentivo financeiro deixou de ser suficiente para atrair novos trabalhadores.
A apuração destaca que essa perda de atratividade indica que a escassez de marinheiros vai além da simples relação entre oferta e demanda de mão de obra, envolvendo fatores não monetários que afastam potenciais candidatos.
Entre os principais obstáculos ao recrutamento está a qualidade de vida. A carreira exige longos períodos longe de casa, dificultando a manutenção de vínculos familiares e de uma vida social estável. Além disso, as condições de trabalho são rigorosas e requerem habilidades técnicas, esforço físico e mental em ambientes de alta pressão — características pouco atrativas para as novas gerações de norte-americanos.
A redução drástica da frota mercante dos EUA, atualmente com menos de 200 embarcações de grande porte, agrava o problema. O Departamento de Transportes e outras autoridades veem essa situação como uma vulnerabilidade estratégica diante do avanço de potências navais como a China.
O jornal ressalta que a capacidade dos Estados Unidos de mobilizar seu poderio logístico depende diretamente de uma marinha mercante forte, capaz de apoiar as Forças Armadas. Sem pessoal suficiente, essa capacidade fica comprometida, independentemente do número de navios disponíveis.
Por Sputnik Brasil
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