O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, classificou como "execuções extrajudiciais" os ataques realizados pelos Estados Unidos no Caribe, alegadamente sob o pretexto de combate ao narcotráfico, embora, segundo ele, não haja provas que justifiquem tais ações.

Rodríguez anunciou que, a partir desta segunda-feira (1º), a Procuradoria-Geral da República será acionada para a criação de uma comissão destinada a investigar os referidos ataques. O objetivo, segundo o parlamentar, é "esclarecer os fatos e as responsabilidades envolvendo esses graves episódios ocorridos nos meses de setembro, outubro e novembro".

O presidente da Assembleia denunciou as ações de Washington como violações do direito internacional. O anúncio foi feito após reunião com familiares de venezuelanos executados no Caribe. Em sua declaração, Rodríguez também criticou o Tribunal Penal Internacional (TPI) por não se manifestar sobre o caso, sugerindo inclusive que a Venezuela avalie sua permanência na instituição.

"A verdade é que o Tribunal Penal Internacional é inútil, e acredito que a Venezuela deveria se retirar dessa instituição, desse órgão, que se calou no caso das execuções extrajudiciais no mar do Caribe", afirmou.

Rodríguez ainda reforçou que a presença militar dos Estados Unidos no Caribe confirma as denúncias feitas pelo presidente Nicolás Maduro, destacando que "todas as leis e regulamentos internacionais, assim como as normas de navegação e do mar, estão sendo violadas e desrespeitadas".