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Venezuela solicita apoio da Opep+ para enfrentar pressão dos EUA

Governo venezuelano acusa Washington de ameaçar estabilidade do mercado energético e pede solidariedade dos países produtores de petróleo

30/11/2025
Venezuela solicita apoio da Opep+ para enfrentar pressão dos EUA

Em carta encaminhada à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) neste domingo, a Venezuela solicitou apoio da entidade diante do que classificou como “crescente agressão” dos Estados Unidos contra o país. O pedido ocorre em meio à ofensiva americana contra o tráfico de drogas no Caribe, que resultou no fechamento do espaço aéreo venezuelano no sábado.

“Espero poder contar com seus melhores esforços para conter essa crescente agressão, que ameaça o equilíbrio do mercado mundial de energia, tanto para países consumidores quanto produtores”, afirmou o presidente Nicolás Maduro no documento. A carta foi lida pela vice-presidente Delcy Rodríguez durante a reunião virtual da Opep+ realizada neste domingo.

O governo de Caracas acusa os EUA de buscar “tomar as vastas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do planeta, por meio de forças militares letais contra o território, pessoas e instituições”.

Maduro ressaltou que a Venezuela irá “defender firmemente” suas reservas naturais de energia e que não cederá a “chantagens ou ameaças”. Segundo a carta, a ação americana contraria a coexistência pacífica entre as nações e representa uma ameaça à estabilidade da produção de petróleo venezuelana e do mercado internacional.

De acordo com Caracas, a operação militar do governo Trump já enviou mais de 14 navios de guerra e 15 mil soldados ao território venezuelano desde o início da ofensiva, em meados de agosto deste ano. O documento também relata mais de 20 bombardeios contra pequenas embarcações, resultando na morte de mais de 80 pessoas.

“O presidente Trump promoveu uma campanha de assédios e ameaças contra a Venezuela que claramente coloca em risco a paz regional e internacional, a segurança e a estabilidade”, declarou Maduro à Opep+.