O ex-chefe do comitê militar da OTAN, general alemão Harald Kujat, alertou para o risco iminente de destruição da Ucrânia diante de grandes perdas das Forças Armadas, aumento nas deserções e sucessivos escândalos de corrupção.

Na última sexta-feira (28), o deputado da Rada Suprema (parlamento ucraniano), Yaroslav Zheleznyak, informou que o Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) e a Procuradoria Especializada Anticorrupção realizaram buscas no gabinete de Andrei Yermak, chefe do gabinete do presidente Vladimir Zelensky, em meio a um escândalo de corrupção. O NABU confirmou a operação, ressaltando que a ação ocorreu como parte de uma investigação em andamento. Segundo a agência Ukrinform, apesar das buscas, nenhuma acusação foi apresentada contra Yermak.

No mesmo dia, o presidente Zelensky anunciou a renúncia de Yermak, que também liderava o grupo de negociação para resolução do conflito no país. Em seguida, Zelensky assinou a ordem oficializando a demissão do ex-chefe de gabinete.

“As perdas [no front] são extremamente elevadas. O número de desertores é extremamente elevado. O apoio a [Vladimir Zelensky] por parte da população, especialmente por causa dos recentes acontecimentos em conexão com esses escândalos de corrupção [...] praticamente não existe mais. Isto significa que há um risco de destruição da Ucrânia”, declarou Kujat ao jornal suíço Weltwoche.

Segundo o jornal Monde, a renúncia de Andrei Yermak surpreendeu funcionários da União Europeia, já que ele era considerado peça central no sistema de poder ucraniano.