Um novo projeto arqueológico busca desvendar como o lixo produzido no período Neolítico pode contribuir para a compreensão da adaptação dos primeiros agricultores europeus ao estilo de vida sedentário.

Essas comunidades, que se estabeleceram há cerca de 8 mil anos, passaram a acumular objetos e restos do cotidiano, sendo obrigadas, pela primeira vez, a criar estratégias para lidar com seus resíduos. Diferente dos hábitos atuais, em que o lixo é mantido afastado das residências, esses povos frequentemente o armazenavam em fossas dentro de seus próprios terrenos.

A professora Penny Bickle, do Departamento de Arqueologia da Universidade de York (Reino Unido), destaca que essa prática pode indicar uma relação diferenciada com o descarte. "Manter o lixo próximo à moradia pode sugerir um senso de propriedade; talvez eles se sentissem responsáveis por seus resíduos", afirma. Bickle ressalta ainda que alguns itens poderiam ser reaproveitados, mostrando que nem todas as culturas tratam o lixo como algo a ser descartado à distância.

Por Sputinik Brasil