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Incêndio em Hong Kong deixa mais de 90 mortos e dezenas de desaparecidos
Autoridades investigam causas e apontam negligência em obra de reforma do complexo residencial atingido pelo pior incêndio na cidade em quase 80 anos.
As autoridades de Hong Kong trabalham para concluir as operações de busca e resgate após o mais grave incêndio registrado na cidade em quase oito décadas. O desastre devastou, na última quinta-feira, um grande complexo de apartamentos, resultando em pelo menos 94 mortos e dezenas de desaparecidos.
Na manhã de sexta-feira (28, horário local), os bombeiros já haviam controlado a maior parte das chamas que destruíram o conjunto habitacional Wang Fuk Court, situado no distrito de Tai Po, ao norte de Hong Kong.
O complexo, composto por oito torres e com mais de 4.600 moradores, passava por reformas e estava cercado por andaimes de bambu e telas verdes. Segundo informações da Reuters, a polícia prendeu três funcionários da construtora responsável, suspeitos de homicídio culposo — quando não há intenção de matar — devido ao uso de materiais inseguros, incluindo placas de espuma inflamável bloqueando as janelas.
"Vamos nos empenhar para forçar a entrada em todas as unidades dos sete prédios, para garantir que não haja outras possíveis vítimas", afirmou o vice-diretor do Corpo de Bombeiros, Derek Chan, a jornalistas na manhã de sexta-feira.
Até a madrugada de quinta-feira, 279 pessoas constavam como desaparecidas, número que não foi atualizado em mais de 24 horas. Chan informou que 25 chamadas de emergência ao Corpo de Bombeiros permanecem sem resposta, incluindo três recentes, que terão prioridade nas buscas.
As equipes de resgate enfrentaram calor extremo, fumaça densa, andaimes desabando e escombros para tentar alcançar moradores possivelmente presos nos andares superiores.
A maior parte das vítimas foi encontrada em duas das torres, enquanto sobreviventes foram localizados em outros prédios do complexo, segundo Chan, que não detalhou quantos.
Pior incêndio em quase 80 anos
O número de mortos confirmados subiu para 94 na manhã de sexta-feira, de acordo com a Autoridade Hospitalar. Trata-se do incêndio mais letal em Hong Kong desde 1948, quando 176 pessoas morreram em um armazém. A polícia prendeu dois diretores e um consultor de engenharia da Prestige Construction, empresa responsável pela manutenção dos edifícios há mais de um ano.
"Temos motivos para acreditar que os responsáveis pela empresa agiram com extrema negligência, o que levou ao acidente e ao rápido alastramento do fogo, resultando em muitas vítimas", declarou a superintendente de polícia Eileen Chung na quinta-feira.
Documentos de licitação, lista de funcionários, 14 computadores e três celulares foram apreendidos em uma operação no escritório da empresa, informou o governo. O departamento de desenvolvimento urbano discute agora a substituição gradual dos andaimes de bambu por estruturas de metal, visando aumentar a segurança.
Na segunda noite após o incêndio, dezenas de evacuados improvisaram colchões em um shopping próximo, enquanto muitos defendiam que os centros oficiais de evacuação fossem reservados a quem realmente necessitasse de auxílio. Famílias inteiras — de idosos a crianças em idade escolar — se abrigaram em barracas do lado de fora de restaurantes e lojas de conveniência, recebendo lanches e itens de higiene de voluntários.
Por Sputinik Brasil
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