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Haddad defende aprovação de projeto contra devedores contumazes para enfraquecer crime organizado

Ministro da Fazenda destaca importância da proposta em tramitação na Câmara e cita atuação internacional para coibir lavagem de dinheiro e evasão de divisas

27/11/2025
Haddad defende aprovação de projeto contra devedores contumazes para enfraquecer crime organizado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que a aprovação do projeto de lei contra devedores contumazes na Câmara dos Deputados é fundamental para fortalecer o combate ao crime organizado no país. Em conversa com jornalistas sobre a nova operação da Receita Federal, em parceria com autoridades de segurança, contra um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo o setor de combustíveis, Haddad destacou a necessidade de endurecer as medidas contra práticas ilícitas.

"Nós vamos, em primeiro lugar, fazer chegar a informação de como os fundos lá nos Estados Unidos estão sendo utilizados para lavagem de dinheiro e simulação de investimentos estrangeiros no Brasil. É disso que se trata, uma simulação de investimentos estrangeiros", afirmou o ministro, ao informar que levará o tema às autoridades norte-americanas, ressaltando também o fluxo de armas dos EUA para o Brasil.

Segundo Haddad, o objetivo é replicar na segurança pública a articulação feita para aprovar a Reforma Tributária, pois, sem asfixiar financeiramente o crime organizado, há constante reposição de mão de obra barata na base dessas organizações.

O ministro destacou ainda que mantém diálogo frequente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para acelerar a votação do projeto de lei que trata dos devedores contumazes. "É fundamental para nós prosperarmos com esse projeto. Se conseguirmos sancioná-lo este ano, entraremos no próximo ainda mais fortes nesse tema", declarou.

Haddad também citou a Lei Antifacção e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da segurança pública como prioridades do governo no Congresso para avançar no enfrentamento à criminalidade.

A operação, batizada de Poço Lobato, cumpriu mandados em cinco estados. Ao todo, foram expedidos 126 mandados de busca e apreensão, e o grupo econômico investigado movimentou R$ 70 bilhões apenas no último ano.

"São pessoas que devem uma fortuna para os fiscos de todo o país. Estamos falando em R$ 26 bilhões não recolhidos", enfatizou Haddad.

O ministro acrescentou que a Petrobras está colaborando com o governo no processo de saneamento do setor de combustíveis, prejudicado por ações do crime organizado. Segundo ele, já foram apreendidos 250 milhões de litros de combustível, atualmente sob custódia da estatal. "O valor que esse grupo deixou de pagar aos cofres estaduais do Rio de Janeiro seria suficiente para custear um ano de operação de toda a polícia do estado", completou.