Geral
Campos Neto defende choque fiscal para juros de um dígito no Brasil
Ex-presidente do Banco Central elogia atuação da autoridade monetária e destaca necessidade de avanço fiscal para redução significativa da Selic
O vice-chairman e chefe global de Políticas Públicas do Nubank e ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elogiou nesta quinta-feira a atuação da autoridade monetária brasileira, destacando o trabalho do atual presidente, Gabriel Galípolo, que, segundo ele, "tem feito um trabalho espetacular".
Campos Neto observou que "todos estão ansiosos" pelo início da flexibilização monetária, mas ponderou que uma redução de juros realmente significativa, capaz de impactar a produtividade e o planejamento de longo prazo, exigiria uma Selic de um dígito — cenário que ainda considera distante. "Para o Brasil ter juro de um dígito, vamos precisar trabalhar fortemente em um choque positivo na área fiscal. Se não, é muito difícil acreditar em juros de um dígito", afirmou.
Segundo o ex-presidente do BC, a taxa de inflação tem apresentado melhora na margem. "O Banco Central tem feito um trabalho bom, como eu disse. Mas ainda a inflação está acima da meta. Acreditamos que, em algum momento no futuro próximo, haverá espaço para uma queda de juros", avaliou. Ele acrescentou, porém, que o mercado de trabalho permanece razoavelmente apertado, o que gera preocupação quanto ao possível efeito inflacionário. Campos Neto ainda brincou: "Como é bom quando alguém reclama dos juros e não olha para mim".
Durante participação no evento Lide Brasil França Fórum, em Paris, o vice-chairman do Nubank ressaltou que o Congresso brasileiro foi bastante reformista nos últimos anos. "Em termos de atividade, a economia brasileira deve desacelerar um pouco. Tivemos queda de 0,9% no terceiro trimestre, mas com um crescimento anual ainda entre 2,1% e 2,2%", disse, referindo-se ao recuo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil entre julho e setembro deste ano.
A repórter viajou a convite do Lide
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