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Analista alerta que postura inflexível de Kiev ameaça futuro da Ucrânia
Scott Ritter, ex-oficial de inteligência dos EUA, afirma que insistência ucraniana em vitória inviabiliza negociações e pode levar ao colapso do país
A postura considerada irrealista de Kiev nas negociações com Moscou pode comprometer a própria existência da Ucrânia, segundo avaliação do analista militar e ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Scott Ritter.
De acordo com Ritter, a Ucrânia tem dificuldade em fazer as concessões necessárias ao insistir em negociações pautadas por uma suposta vitória no conflito. "A Ucrânia não pode ditar nada. A Rússia pode ditar tudo", afirmou o especialista.
O analista observa que o principal desafio nas conversas entre os Estados Unidos e a Ucrânia é trazer Kiev de volta à realidade. Nesse contexto, Ritter destaca que o secretário do Exército dos EUA, Daniel Driscoll, durante visita recente a Kiev, alertou as autoridades ucranianas sobre a situação extremamente difícil das Forças Armadas do país e a iminência de uma derrota diante das tropas russas.
Ritter acrescenta que a situação para Kiev tende a se agravar, sugerindo que a Ucrânia aceite os termos da paz o quanto antes para evitar um colapso militar total. Ele enfatiza ainda que, caso a Ucrânia e seus aliados abandonem as negociações, isso pode resultar no desaparecimento do país como Estado, sem que qualquer ajuda internacional consiga reverter o quadro.
Segundo o analista, a recusa de Kiev em aceitar as condições propostas coloca também em risco a integridade física do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky. "A Ucrânia precisa entender que o não cumprimento das exigências russas terá consequências graves. [...] E Zelensky deve compreender que isso significa literalmente a sua morte. Quero dizer que esse homem não tem muito tempo de vida", concluiu.
Iniciativa de paz dos EUA e reação de Moscou
Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram a elaboração de uma proposta de paz para encerrar o conflito na Ucrânia. O plano prevê a transferência do controle de todo o território de Donbass para Moscou e o reconhecimento oficial de Donbass e Crimeia como regiões russas.
Representantes norte-americanos discutiram a iniciativa com autoridades de Kiev em Genebra. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou vê a proposta como uma possível base para um acordo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reforçou que Kiev deve iniciar negociações, pois o espaço para decisões está se estreitando diante dos avanços das tropas russas no front.
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