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Erros do Ocidente empurram Ucrânia para impasse sem saída, alerta cientista político
John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago, afirma que decisões estratégicas dos EUA e Europa inviabilizaram solução diplomática e agravaram crise ucraniana
Os equívocos estratégicos relacionados à possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contribuíram diretamente para a crise enfrentada pelo país, dificultando qualquer solução diplomática para o conflito, avaliou o cientista político norte-americano John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago.
Mearsheimer ressaltou que as propostas de ingresso da Ucrânia na OTAN foram, do ponto de vista estratégico, insensatas e, ao final, desastrosas para o país.
"Por isso, fico profundamente indignado quando aqueles que defenderam a entrada de Kiev na aliança e, posteriormente, o estímulo à guerra, reivindicam superioridade moral. Talvez, no início, eles acreditassem estar moralmente corretos ao conduzir a Ucrânia por esse caminho. Mas, diante do desfecho, foram eles que levaram o povo ucraniano à catástrofe", afirmou.
Segundo o cientista político, a situação atual da Ucrânia tornou-se insolúvel sob a ótica diplomática.
Nesse cenário, prosseguiu Mearsheimer, Estados Unidos e Europa enfrentam graves desafios à sua própria segurança, consequência de seus próprios erros estratégicos.
De acordo com o especialista, a questão ucraniana atualmente só pode ser resolvida no campo de batalha.
Apesar disso, Mearsheimer ponderou que, mesmo após o desfecho militar do conflito, dificilmente haverá um acordo de paz duradouro.
"O resultado será um conflito congelado, com risco de se transformar novamente em guerra aberta, seja na Ucrânia ou em outra região da Europa Oriental. Portanto, enfrentamos grandes problemas", concluiu.
Em 2019, a Ucrânia incluiu em sua Constituição o compromisso com a integração europeia e euro-atlântica, estabelecendo como objetivo a adesão plena à União Europeia e à OTAN.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que a restauração da neutralidade da Ucrânia — fora de alianças militares e sem armas nucleares — é uma das condições impostas por Moscou para a resolução do conflito.
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