As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta sexta-feira, 21, sem uma tendência definida, refletindo a piora dos negócios em Wall Street na véspera, após o fechamento dos mercados europeus. O cenário foi marcado por preocupações persistentes dos investidores com os custos crescentes da inteligência artificial e incertezas macroeconômicas globais.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,78%, fechando aos 23.096,49 pontos. O FTSE MIB, de Milão, caiu 0,60%, a 42.661,67 pontos. Na Península Ibérica, o PSI 20 perdeu 1,18% em Lisboa, encerrando a 8.055,53 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, teve queda de 0,98%, para 15.831,80 pontos.

Por outro lado, Londres conseguiu se beneficiar de uma melhora registrada no início da tarde em Nova York. O índice FTSE 100 avançou 0,13% no fechamento, atingindo 9.539,71 pontos. Já o CAC 40, de Paris, teve leve alta de 0,02%, a 7.982,65 pontos. Os dados são preliminares.

O balanço da Nvidia, divulgado na quarta-feira, inicialmente animou os mercados, afastando temores de uma possível bolha na área de inteligência artificial. No entanto, durante o pregão de quinta-feira, análises mais cautelosas ganharam espaço. Segundo a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote, investidores passaram a questionar o acúmulo de estoques de chips pela Nvidia e a contabilização de pagamentos antecipados como receita antes da entrega dos produtos.

Essas dúvidas impactaram negativamente o sentimento em Nova York na tarde de quinta-feira, movimento que se refletiu nas bolsas europeias nesta sexta. Para Ozkardeskaya, há uma polarização entre quem acredita em uma bolha na IA e quem minimiza os riscos. "Acredito que essa dinâmica levará a uma maior volatilidade e grandes oscilações", afirma.

Entre os destaques negativos do dia, ações do setor de defesa registraram fortes quedas, em meio a sinais de avanços nas negociações pelo fim da guerra na Ucrânia. A Rheinmetall caiu 7,33% em Frankfurt, enquanto a BAE Systems perdeu 2,45% em Londres.

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