Geral

China acusa Japão de trilhar caminho rumo ao militarismo

Porta-voz do governo chinês alerta para riscos à ordem mundial após exportação de mísseis japoneses aos EUA

Sputnik Brasil 21/11/2025
China acusa Japão de trilhar caminho rumo ao militarismo
Foto: CC BY 2.0 / Flickr / Thomas Classen /

A China afirmou que nem Pequim nem a comunidade internacional permitirão que o Japão retome o caminho do militarismo ou ameace a ordem mundial estabelecida após a Segunda Guerra Mundial. A declaração foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

Segundo Mao, documentos internacionais como a Declaração do Cairo, a Declaração de Potsdam e o Ato de Rendição do Japão definiram claramente as obrigações japonesas como país derrotado, incluindo o desarmamento total e a proibição de manter setores capazes de rearmamento.

"O Japão afirma buscar um mundo livre de armas nucleares, mas fortalece significativamente a cooperação em dissuasão estendida e até tenta revisar os 'Três Princípios Não Nucleares' — que proíbem produzir, possuir ou introduzir armas nucleares — abrindo caminho para acordos de compartilhamento nuclear", destacou a porta-voz.

Para o governo chinês, essas ações indicam que o Japão está ultrapassando uma política estritamente defensiva e acelerando o processo de rearmamento.

"Pergunta-se inevitavelmente: quais são, afinal, as verdadeiras intenções do Japão? Se o Japão pretende retornar ao antigo caminho do militarismo, abandonar o desenvolvimento pacífico e minar a ordem mundial do pós-guerra, o povo chinês não permitirá isso, a comunidade internacional não permitirá isso — e tudo terminará em fracasso", concluiu Mao Ning.

A reação chinesa ocorre após a agência Kyodo revelar que o Japão exportou, pela primeira vez, mísseis antiaéreos Patriot para os Estados Unidos. Os mísseis são produzidos sob licença norte-americana e utilizados pela Força Aérea de Autodefesa do Japão. A remessa marca o primeiro envio de armamento acabado ao país licenciante desde a revisão das regras de exportação de defesa em 2023.