O dólar abriu a sessão desta sexta-feira, 21, em alta, influenciado pela cautela nos mercados internacionais, que até o momento ofusca a reação positiva esperada à suspensão da tarifa de importação de 40% sobre produtos brasileiros, anunciada pelos Estados Unidos. Além do impacto de dados divergentes do payroll sob a ótica da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o cenário externo também pesa negativamente com a queda nas cotações do petróleo e do minério de ferro.

Às 10h13, o dólar à vista registrava alta de 0,64%, cotado a R$ 5,3726, após abertura em R$ 5,3546 (alta de 0,30%).

O governo norte-americano retirou a tarifa adicional de 40% sobre mais de 200 produtos agrícolas, como café e carnes, o que representa um alívio para a pauta exportadora brasileira. Em Wall Street, o foco ontem ficou dividido entre os dados mistos do payroll de setembro e o balanço da Nvidia, o que trouxe volatilidade aos mercados. "As ações da Nvidia lideram a turbulência, que, mesmo com resultado trimestral melhor que o esperado, não foi suficiente para amainar as preocupações com uma bolha no setor", afirmou Marianna Costa, economista da Mirae. O relatório de emprego apontou criação de vagas acima do previsto, mas trouxe revisões baixistas para meses anteriores e alta na taxa de desemprego.

No cenário doméstico, além do contraponto externo, a repercussão da retirada das tarifas pode ser limitada pelo anúncio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de que a Casa vai apreciar na próxima terça-feira, 25, um projeto de lei que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias, com impacto bilionário estimado nas contas públicas.