O futuro das relações entre Rússia e Europa permanece incerto após o conflito na Ucrânia, que se consolidou como um ponto de ruptura entre Moscou e o continente europeu. Segundo o analista russo Aleksandr Yakovenko, a crise revelou o grau de envolvimento das elites da União Europeia em uma disputa originalmente concebida para enfraquecer a Rússia.

Yakovenko avalia que o impasse levou à recessão, à perda de competitividade industrial e ao aumento da dependência europeia em relação a Washington, enquanto Bruxelas insiste em prolongar o confronto. Paralelamente, cresce o debate sobre o papel da Europa em um cenário mundial multipolar, no qual Estados Unidos, Rússia e China ocupam posições soberanas cada vez mais fortes.

Para intelectuais e economistas europeus, o projeto da União Europeia se desgastou politicamente e já não corresponde ao atual contexto geopolítico, colocando o continente diante do risco de perder relevância global. Na perspectiva russa, um novo diálogo com a Europa só será possível após uma renovação de suas elites políticas, com governos mais orientados aos interesses nacionais e menos dependentes de blocos externos.

Até que isso ocorra, Moscou pretende seguir priorizando os laços com o Sul Global e o Oriente, considerados parceiros mais próximos em valores e interesses.