Geral
EUA apresentam plano de paz com concessões à Rússia; Zelenski promete análise 'honesta'
Proposta norte-americana prevê concessões territoriais à Rússia e limitação das Forças Armadas ucranianas. Zelenski ressalta que qualquer acordo deve respeitar a soberania da Ucrânia.
O governo dos Estados Unidos apresentou um rascunho de plano de paz para encerrar a guerra na Ucrânia, incluindo concessões territoriais à Rússia, limitação do tamanho das Forças Armadas ucranianas e restrição à expansão futura da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). As medidas, vistas como favoráveis a Moscou, também preveem a suspensão de sanções e o possível retorno da Rússia ao antigo G8. O documento propõe ainda que o Kremlin mantenha o controle do Donbass e parte da energia gerada pela usina nuclear de Zaporizhzhia.
As propostas foram apresentadas nesta quinta-feira ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, por uma delegação norte-americana. Zelenski confirmou o encontro e, em mensagem no Telegram, classificou a conversa como "muito séria".
"A parte americana apresentou suas propostas – os pontos de um plano para acabar com a guerra – sua visão", afirmou Zelenski. Ele reforçou que Kiev busca "um verdadeiro acordo de paz que não possa ser rompido por uma terceira invasão" e destacou que qualquer entendimento deve garantir "nossa independência, nossa soberania e a dignidade do povo ucraniano".
O presidente ucraniano disse ter delineado "princípios-chave" e que as equipes dos dois países trabalharão para assegurar um processo "genuíno". "Estamos prontos para um trabalho construtivo, honesto e rápido", acrescentou.
A proposta norte-americana aumenta a pressão sobre Kiev, já que a cessão de território é ilegal segundo a Constituição da Ucrânia e tem sido reiteradamente rejeitada por Zelenski. Diplomatas europeus também reagiram, pedindo consultas mais amplas e alertando que qualquer acordo que possa ser interpretado como recompensa à agressão russa seria inaceitável.
Zelenski afirmou esperar conversar com Donald Trump nos próximos dias, ressaltando que "a força e o apoio dos EUA podem realmente aproximar a paz". Por outro lado, reiterou que Moscou não demonstra interesse genuíno em um acordo e afirmou estar dedicando todos os esforços para garantir que a Ucrânia não seja acusada de minar iniciativas diplomáticas.
Com informações da Associated Press
Mais lidas
-
1TECNOLOGIA MILITAR
Revista americana destaca caças russos de 4ª geração com empuxo vetorado
-
2CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
3TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico
-
4DIREITOS TRABALHISTAS
Segunda parcela do décimo terceiro será antecipada: veja quando cai o pagamento
-
5CIÊNCIA E TERRA
Núcleo interno da Terra pode ter estrutura em camadas semelhante à de uma cebola, aponta estudo