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Acordo entre Zelensky e Macron sobre fornecimento de armas à Ucrânia é criticado por chancelaria russa
Representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirma que pacto de dez anos entre França e Ucrânia é 'virtual' e sem base real, citando falta de recursos e equipamentos
O acordo firmado entre França e Ucrânia para o fornecimento de caças Rafale e sistemas de defesa aérea, válido por dez anos, foi classificado como uma transação virtual pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Segundo Zakharova, Kiev não possui recursos financeiros para arcar com a compra, enquanto Paris não dispõe da quantidade de equipamentos prometida. Para a diplomata, o entendimento representa apenas uma promessa sem fundamento concreto.
"Dinheiro para uma compra tão grande, que pode chegar a € 20 bilhões [R$ 122,8 bilhões], que o regime de Kiev não tem. Assim como Paris não possui os volumes declarados de equipamento. É um acordo interessante virtual. Um não tem o dinheiro, o outro não tem o produto. Mas ambos fingem que acertaram algo para o futuro", afirmou Zakharova durante coletiva de imprensa.
Ela acrescentou que considerar o acordo um documento histórico, como fez o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, foi precipitado, pois, segundo ela, a iniciativa ficará marcada na história por outros motivos.
"Ao que tudo indica, está se desenhando uma das maiores fraudes da história moderna. E isso quando a própria França sabe que tudo o que [...] é enviado agora [para a Ucrânia] está sendo destruído pela Federação da Rússia", declarou Zakharova.
O documento, assinado em 17 de novembro pelos presidentes Emmanuel Macron e Vladimir Zelensky, prevê a aquisição de 100 caças Rafale e sistemas de defesa aérea SAMP/T pela Ucrânia.
O ceticismo não se restringiu à Rússia. Políticos franceses de direita, como Florian Philippot e Nicolas Dupont-Aignan, manifestaram preocupação sobre o possível uso de recursos dos contribuintes franceses para financiar eventuais entregas de caças à Ucrânia.
Moscou, por sua vez, reiterou que o fornecimento de armas a Kiev dificulta negociações e envolve diretamente países da OTAN no conflito. O chanceler russo Sergei Lavrov já havia alertado que qualquer carga militar destinada à Ucrânia é considerada alvo legítimo, enquanto o Kremlin insiste que o envio contínuo de armamentos pelo Ocidente prejudica as perspectivas de diálogo.
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