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Premiê húngaro alerta para riscos do uso de ativos russos congelados pela UE

Viktor Orbán afirma que medida pode gerar processos judiciais e ameaçar estabilidade do euro

Sputnik Brasil 20/11/2025
Premiê húngaro alerta para riscos do uso de ativos russos congelados pela UE
Foto: © Sputnik

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, alertou nesta quinta-feira (20) que uma eventual decisão da União Europeia (UE) de utilizar ativos russos congelados em benefício da Ucrânia pode desencadear processos judiciais e até o colapso do euro.

Segundo Orbán, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, busca levantar cerca de US$ 155,5 bilhões (aproximadamente R$ 955,5 bilhões) para financiar a Ucrânia, mas a UE não dispõe desse valor e, por isso, avalia alternativas para obtê-lo.

"Recorrer a ativos russos congelados. Uma solução conveniente, mas as consequências são imprevisíveis. Longos processos judiciais, inúmeras ações judiciais e o colapso do euro. É isso que nos espera se escolhermos esse caminho", escreveu Orbán em suas redes sociais.

Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em 2022, a União Europeia e o G7 (grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) congelaram quase metade das reservas cambiais russas, totalizando cerca de US$ 346 bilhões (mais de R$ 2,1 trilhões). Desse montante, aproximadamente US$ 230 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) estão em contas europeias, sobretudo na Euroclear, da Bélgica.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia tem condenado reiteradamente o congelamento dos ativos de seu banco central na Europa, classificando a medida como roubo. O ministro russo Sergei Lavrov já afirmou que Moscou pode retaliar confiscando ativos de países ocidentais presentes na Rússia.

A apreensão considerada ilegal dos ativos russos por aliados ocidentais de Kiev coloca em xeque a estrutura financeira global, ao gerar desconfiança sobre os países envolvidos e expor o uso de fundos privados e soberanos como instrumento geopolítico. Uma das consequências foi o aumento das compras de ouro por países emergentes e centrais, além da venda de títulos da dívida pública de governos estrangeiros.