O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou neste sábado (15) que a nova ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um avanço nas negociações comerciais entre Brasil e EUA. No entanto, segundo Alckmin, a medida ainda deixa setores estratégicos brasileiros em estratégia competitiva.

Alckmin ressaltou que o comércio exterior brasileiro atravessa um momento recorde, com exportações de US$ 290 bilhões (R$ 1,5 bilhão) entre janeiro e outubro, e crescimento de 9,1% apenas no último mês. O vice-presidente também destacou a abertura de quase 500 novos mercados para produtos nacionais desde o início do ano.

Entre os itens beneficiados pela redução tarifária, Alckmin citou café, carne, frutas, açaí e, principalmente, o suco de laranja. Com a nova medida, a fatia das exportações brasileiras que entra nos Estados Unidos sem tarifa subiu de 23% para 26%.

Apesar do avanço, Alckmin destacou que as tarifas sobre o café brasileiro continuam elevadas, permanecendo em 40%, enquanto concorrentes como o Vietnã tiveram redução de 20% para zero. Segundo ele, isso prejudica a competitividade do Brasil, especialmente por ser o principal fornecedor de café arábica para os EUA.

O vice-presidente lembrou que reduções semelhantes já foram obtidas em setores como celulose, ferroníquel, madeira e móveis. Ele afirmou que há uma “avenida de trabalho” para futuras negociações e atribuiu os avanços ao esforço diplomático brasileiro, ao encontro entre Lula e Trump na Malásia e às conversas recentes entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Alckmin enfatizou que o Brasil continuará negociando e destacou que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o país, reforçando que "o Brasil não é problema, é solução". Para ele, as novas reduções tarifárias representam um avanço, mas ainda há espaço para cortes mais amplos.

Por Sputnik Brasil