Geral
Alta do petróleo limita queda do Ibovespa diante de cautela internacional
Impulsionado pela valorização do petróleo, Ibovespa recua menos que bolsas no exterior, enquanto investidores monitoram incertezas econômicas globais e repercussões do desastre de Mariana.
O Ibovespa iniciou a sessão desta sexta-feira em ritmo cauteloso, acompanhando o movimento de baixa dos principais índices internacionais. Apesar do cenário negativo no exterior, o principal indicador da B3 apresenta queda moderada e tenta recuperar a marca dos 157 mil pontos, após atingir mínima próxima dos 156 mil pontos.
A valorização de quase 1,60% nos contratos futuros do petróleo contribui para conter a queda do Ibovespa, favorecendo especialmente as ações da Petrobras. Em contrapartida, Vale e outros papéis do setor metálico recuam, pressionados por sinais de fraqueza econômica na China e pelo noticiário envolvendo a BHP, condenada pelo desastre ambiental em Mariana (MG), em 2015. Apesar disso, o minério de ferro fechou em alta de 0,23% em Dalian.
O desastre de Mariana completa dez anos. A Samarco, joint venture entre BHP e Vale, deverá provisionar cerca de US$ 500 milhões adicionais nas demonstrações financeiras da Vale referentes a 31 de dezembro de 2025.
No cenário internacional, a divulgação atrasada de indicadores econômicos dos Estados Unidos, após a paralisação parcial do governo, gera incertezas quanto ao rumo dos juros pelo Federal Reserve (Fed). Discursos de autoridades monetárias americanas e europeias ganham destaque em um dia de agenda esvaziada de indicadores.
No pré-mercado de Nova York, os índices acionários recuam, com destaque para a queda de 1,70% do Nasdaq futuro, em meio a preocupações sobre uma possível bolha nas empresas de tecnologia e os atrasos nos dados econômicos dos EUA. "Seguimos acreditando não haver bolha em Inteligência Artificial, diante dos investimentos anunciados pelo setor", avalia Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Após 15 altas consecutivas, interrompidas na quarta-feira, Bandeira aponta que o Ibovespa pode passar por uma correção técnica nesta sexta-feira, mas a alta do petróleo e do minério pode limitar esse movimento.
No Brasil, investidores avaliam a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Estadão/Broadcast, e a reunião entre os governos brasileiro e americano sobre tarifas, que pode ter desdobramentos na próxima semana. Haddad afirmou não ver a questão fiscal como motivo para a taxa básica de juros permanecer em 15% ao ano: "Estou louco para ver uma ata do Banco Central dizendo que estou fazendo um esforço fiscal relevante, como reconheceu o FMI. Mas vai chegar meu dia", declarou.
Na quinta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,30%, aos 157.162,43 pontos, acumulando alta semanal de 2,01%, após avanço de 3,02% na semana anterior.
Entre os balanços corporativos, a Cemig reportou lucro líquido de R$ 796,7 milhões entre julho e setembro, queda de 75,7% em relação ao mesmo período de 2024. Às 10h43, as ações da empresa caíam 3,54%.
Pouco depois da abertura, o Ibovespa recuava 0,10%, aos 157.001,32 pontos, após atingir mínima de 156.655,68 pontos e máxima de 157.162,43 pontos. As ações da Vale caíam 0,99%, enquanto Petrobras subia entre 0,62% (PN) e 0,42% (ON). Apesar do viés de alta nos juros futuros, papéis mais sensíveis ao ciclo econômico, como Magazine Luiza, lideravam as altas com avanço de 2,98%.
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