Geral
Organizações agrícolas europeias classificam acordo entre UE e Mercosul como 'traição'
COPA e COGECA criticam pacto comercial, alegando riscos à agricultura, ao meio ambiente e à soberania alimentar europeia
As organizações COPA e COGECA, que representam os interesses dos produtores agrícolas europeus, divulgaram uma nota nesta quinta-feira (13) classificando o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul como uma traição aos agricultores, trabalhadores e consumidores da Europa, além de representar uma ameaça ao meio ambiente.
“Este acordo continua sendo inaceitável, uma traição aos agricultores, trabalhadores e consumidores, agravada por procedimentos democráticos e judiciais questionáveis. O que precisamos são políticas coerentes que apoiem a soberania e a sustentabilidade da UE e que o comércio seja transparente e justo”, afirmaram as entidades em comunicado.
Segundo os agricultores, o acordo UE-Mercosul pode aumentar as importações de produtos como arroz, aves, carne bovina, açúcar, milho e etanol, muitos deles produzidos sob padrões considerados inferiores aos exigidos na União Europeia, o que resultaria em preços mais baixos e concorrência desleal.
“Isso levanta sérias preocupações sobre o dumping ambiental e social, já que os produtores do Mercosul frequentemente operam sem as mesmas salvaguardas rigorosas em relação a padrões trabalhistas, desmatamento, uso de pesticidas, gestão sustentável da terra e emissões de carbono — requisitos que os agricultores da UE devem cumprir”, acrescenta o comunicado.
As organizações destacam que a pressão econômica e a queda nos preços já afetam os produtores europeus, ressaltando que um terço das importações de aves da UE já vem de países do Mercosul, e volumes crescentes de carne bovina, açúcar, milho, mel e etanol estão prestes a chegar ao mercado europeu.
No dia 3 de setembro, a Comissão Europeia propôs ao Conselho e ao Parlamento a aprovação do acordo com o Mercosul e o México, mesmo diante da oposição de diversos países e entidades do setor agrícola.
Em 2024, uma onda de protestos de agricultores contra o acordo tomou conta de vários países da UE. Os produtores temem que a Europa seja inundada por importações baratas de países com padrões sanitários e ambientais menos rigorosos. Eles argumentam que o pacto pode provocar uma queda ainda maior nas vendas dos agricultores europeus, devido à “concorrência desleal” com colegas da América do Sul.
Por Sputnik Brasil
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