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Como será o tempo em novembro, sob influência do La Niña e ciclones extratropicais
Fenômenos climáticos devem manter temperaturas baixas e chuva intensa em várias regiões do Brasil durante a segunda quinzena do mês
O tempo frio e chuvoso deve persistir na segunda quinzena de novembro em grande parte do Brasil. Sob influência do La Niña — resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que altera o clima global — e da formação de ciclones extratropicais, as temperaturas tendem a não subir como seria esperado às vésperas do verão.
Nos últimos dias, houve elevação das temperaturas nas regiões Sul e Sudeste, mas a tendência é de nova queda em breve. No Sul, as previsões indicam a formação de um ciclone extratropical no próximo domingo, 16, com previsão de chuva forte e tempo severo entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Marcelo Seluchi, coordenador de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ressalta que a previsibilidade de sistemas meteorológicos específicos para além de duas semanas é limitada.
"Os modelos meteorológicos podem até indicar a formação de três sistemas no restante do mês, mas a realidade pode ser bem diferente, pois essas previsões não têm alta confiabilidade", explica.
Seluchi destaca ainda que praticamente toda frente fria no Brasil está associada a um ciclone extratropical, geralmente sobre o Oceano Atlântico, e que esses eventos são relativamente comuns. "Ciclones não são infrequentes, muito pelo contrário", afirma.
Em São Paulo, a previsão é de que uma frente fria fraca provoque queda de temperatura entre quinta e sexta-feira, com as máximas recuando de 30ºC para 22ºC. Para o restante do mês, a chuva deve predominar, segundo o serviço de meteorologia Tempo Ok.
"Na segunda quinzena, os padrões típicos da climatologia do fenômeno La Niña organizam a chuva mais ao norte, intensificando canais de umidade entre o Centro-Oeste, Minas Gerais e Sul da Bahia", detalha o meteorologista Lucas Carvalho, da Tempo Ok.
Outro efeito do La Niña deve ser o aumento da chuva e da nebulosidade no Nordeste na segunda metade do mês, com temperaturas mais amenas.
Eventos climáticos extremos, como o tornado que devastou a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, podem voltar a ocorrer, mas sua previsão antecipada é difícil. "Fenômenos meteorológicos de grande intensidade e magnitude são extremamente complexos. Por isso, são necessários estudos rigorosos para aprimorar ferramentas de previsão, visando antecipar e reduzir danos sociais e econômicos", conclui Carvalho.
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