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Ouro fecha em alta de 2% com expectativa de corte de juros e fim do shutdown nos EUA

Metal atinge maior valor em quase dois meses, impulsionado por perspectivas de redução dos juros americanos e avanço do orçamento no Congresso norte-americano

12/11/2025
Ouro fecha em alta de 2% com expectativa de corte de juros e fim do shutdown nos EUA
- Foto: Reprodução

O ouro encerrou o pregão desta quarta-feira, 12, em forte alta de 2%, impulsionado pela expectativa de cortes na taxa de juros dos Estados Unidos e pela possibilidade de encerramento do shutdown no governo norte-americano, após o Congresso avançar com o projeto orçamentário que pode pôr fim à paralisação mais longa da história.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o contrato de ouro para dezembro registrou valorização de 2,36%, fechando a US$ 4.213,6 por onça-troy, após atingir o maior patamar desde 21 de outubro ao longo da sessão.

A retomada do acesso aos dados oficiais, interrompidos durante o shutdown, deve "trazer mais clareza para as decisões futuras de política monetária", avaliou Soojin Kim, do MUFG. O enfraquecimento do mercado de trabalho também reforçou as apostas em juros mais baixos, beneficiando o metal, que não oferece rendimento.

"Os investidores acreditam que os dados mostrarão números econômicos mais fracos, o que levaria o Federal Reserve (Fed) a cortar as taxas de juros em dezembro", afirmou Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.

Em 2025, o ouro acumula valorização de cerca de 56%, apoiado por compras de bancos centrais e pela busca de proteção diante das incertezas globais. Analistas, contudo, destacam que o movimento recente não é resultado de fuga do dólar.

"O rali dos metais preciosos não é uma saída do dólar, mas um sintoma de políticas fiscais profundamente desequilibradas, especialmente na zona do euro", avaliou Robin Brooks, ex-economista-chefe do IIF.

Brooks também contestou a tese de que bancos centrais emergentes lideram a alta do ouro. Segundo ele, "não há sinais de uma corrida ao ouro" e as compras permanecem concentradas em poucos países, como Polônia e Índia, enquanto outros emergentes estão vendendo reservas. O avanço dos preços, explicou, reflete sobretudo o interesse de investidores privados, típico de "bolhas anteriores".

Com informações da Dow Jones Newswires