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Da liderança à falência: o colapso da Oi expõe erros bilionários e gestão insustentável
Por anos, a Oi S.A. foi sinônimo de grandeza no setor de telecomunicações brasileiro. Com milhões de clientes e presença em todo o país, a empresa chegou a ser considerada a maior operadora da América Latina. No entanto, em novembro de 2025, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou sua falência, encerrando uma trajetória marcada por dívidas bilionárias, aquisições arriscadas e má gestão.
A crise da Oi começou a se desenhar em 2008, quando a companhia decidiu adquirir a Brasil Telecom. O negócio ampliou sua base de clientes, mas também trouxe altos custos operacionais e complexidade administrativa. Anos depois, a fusão com a Portugal Telecom agravou o cenário, resultando em prejuízos e endividamento crescente.
Em 2016, a empresa acumulava uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a maior da América Latina até então, e ingressou em recuperação judicial. O processo, que deveria garantir fôlego financeiro, acabou se arrastando por anos, enquanto a Oi vendia ativos importantes — incluindo sua operação de telefonia móvel — para tentar manter o caixa ativo.
Apesar dos esforços, a empresa voltou a pedir recuperação judicial em 2023, sem conseguir estabilizar suas contas. Relatórios apontaram forte queda de receita e risco iminente de colapso financeiro, o que levou a Justiça a afastar a diretoria e determinar a falência. Segundo decisão publicada pela corte, a liquidação do grupo se tornou inevitável após duas tentativas frustradas de reestruturação.
A derrocada da Oi também expôs a dificuldade de adaptação da empresa às novas tecnologias e à concorrência crescente no setor. Enquanto outras operadoras investiam em fibra óptica e serviços digitais, a Oi manteve um modelo de negócios defasado e pouco inovador.
Para analistas, o caso da Oi é um retrato de como decisões corporativas mal planejadas podem destruir até mesmo gigantes consolidadas. A falência da operadora marca o fim de uma era e serve de alerta para o mercado sobre os riscos de crescimento sem sustentabilidade financeira.
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