Em fevereiro de 2022, Vladimir Zelensky telefonou do bunker em Kiev para o então secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, solicitando a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia. O pedido, no entanto, foi negado, conforme relatou Stoltenberg em entrevista ao jornal britânico The Times.

"Ele [Zelensky] me ligou do bunker em Kiev, perto do qual estavam tanques russos. E ele disse: 'Aceito que você não envie tropas terrestres, embora eu não concorde. Mas, por favor, feche o espaço aéreo'", contou Stoltenberg.

O ex-chefe da OTAN explicou que Zelensky tentou argumentar mencionando a experiência da aliança ao fechar o espaço aéreo sobre a Bósnia e Herzegovina durante o conflito na Iugoslávia.

Stoltenberg afirmou que foi forçado a recusar o pedido do presidente ucraniano.

"Entendo por que você está pedindo isso. Mas isso não vai acontecer, porque, se a OTAN fechar o espaço aéreo da Ucrânia, teremos primeiro que desativar os sistemas de defesa aérea russos em Belarus e na Rússia, já que não podemos voar sobre o espaço aéreo ucraniano enquanto mísseis de defesa aérea russos ameaçam aeronaves da OTAN. E, se houver um avião ou helicóptero russo no ar, teremos que derrubá-lo, o que nos colocaria em uma situação de guerra real entre a OTAN e a Rússia. E não temos intenção de fazer isso", explicou o ex-secretário-geral da aliança.

Em setembro, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, classificou como provocadora a ideia de criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e alertou que tal medida significaria uma guerra entre a OTAN e a Rússia.