O Brasil recebeu amplo apoio político internacional ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), lançado oficialmente nesta quinta-feira (6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A iniciativa, destaque brasileiro na Cúpula de Líderes da COP30, visa financiar a preservação de florestas tropicais em 73 países em desenvolvimento. Os lucros do fundo serão divididos entre os países detentores de florestas tropicais e os investidores, recompensando não apenas a redução do desmatamento, mas também a conservação das matas.

Apesar da receptividade política, apenas Noruega e Portugal anunciaram aportes concretos até o momento: US$ 2,9 bilhões (R$ 15,84 bilhões) e 1 milhão de euros (R$ 6,2 milhões), respectivamente. Antes disso, Brasil e Indonésia já haviam prometido US$ 1 bilhão (R$ 5,46 bilhões) cada.

Durante o lançamento, Lula ressaltou que o fundo representa um marco histórico, pois, "pela primeira vez na história, os países do Sul Global terão protagonismo em uma agenda de florestas".

"O TFFF não é baseado em doação. Seu papel será complementar aos mecanismos que pagam pela redução de emissões de gases de efeito estufa. Investimentos soberanos de países desenvolvidos e em desenvolvimento vão alavancar um fundo de capital misto. [...] Os lucros gerados serão repartidos entre os países de florestas tropicais e os investidores."

Em coletiva à imprensa ao lado de outros ministros, Fernando Haddad, da Fazenda, explicou que cada país terá seu próprio ritmo para aderir ao TFFF.

Segundo Haddad, a presidência brasileira trabalhou durante dois anos para viabilizar o anúncio do investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,46 bilhões) já na COP30. "O presidente Lula foi o primeiro a anunciar porque contava com o nosso respaldo: da Fazenda, do Meio Ambiente, dos Povos Originários e do Itamaraty. Já estávamos muito alinhados para fazer esse anúncio na COP."

"Trabalhamos praticamente dois anos para poder fazer o anúncio. Não se pode exigir que, após tanto esforço, um país que acabou de conhecer o mecanismo já anuncie sua adesão."

"Não é trivial para um país aportar recursos", resumiu Haddad, demonstrando confiança de que o TFFF contará com o apoio de outros países. "E precisa ter apoio."

"Entra COP, sai COP e não temos uma solução para a crise climática. Quantas COPs já aconteceram sem que um anúncio como esse fosse feito? Um anúncio prático de como resolver o problema com um mecanismo inovador."